notícias, pensamentos, fotografias e comentários de um troineiro

quarta-feira, 26 de dezembro de 2018


Na passagem do ano em Setúbal tínhamos de ter cuidado com os OVNIS 

Há cerca de meio século, em Setúbal, depois do dia de Natal era altura de consumir as últimas filhoses e de arrumar nas respetivas prateleiras a louça então usada nos festejos. 

Era no decurso dessa tarefa que se selecionava um ou outro prato com os bordos falhados, um tacho de barro já gasto, ou outra qualquer peça de louça que pudesse ser dispensável. 

É que o fim do ano estava à porta e logo que o relógio marcasse a meia-noite os vizinhos do nosso Bairro de Troino vinham para a janela,  ou para a porta de casa e, com as tampas dos tachos e panelas faziam um ruidoso arraial. 

Tudo isto era acompanhado das tais peças de louça previamente selecionadas  que voavam pelas janelas de forma a partirem-se em mil pedaços ao baterem na calçada, porque ano novo seria também sinonimo de maior prosperidade e,  como tal,  de alguma peça de louça nova. 

Devido a este curioso hábito era  então altura de tomar todos os cuidados àquela hora da noite e, quem se aventurasse a andar na rua durante estas ruidosas manifestações,  sujeitava-se a chegar a casa de cabeça partida devido a ser atingido com algum ovni (objeto voador não identificado). 

Outros hábitos, de uma época não muito distante quando o povo não ficava de cabeça para o ar a ver o colorido e dispendioso  fogo de artificio mas participava ativamente nos festejos do qual se sentia parte integrante. 

Rui Canas Gaspar
2018-dezembro-26
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sábado, 8 de dezembro de 2018


Até quando senhores presidentes? 

Já lá vão uns largos meses que foi inaugurada com pompa e circunstância pelos presidentes da Câmara e da Junta, a iluminação decorativa no fontanário  da velhinha Fonte Nova e colocada a água a correr em circuito fechado agora que a nascente que a abastecia já se finou. 

Foi por essa altura que questionei alguém da União de Freguesias de Setúbal sobre o porquê de não se aproveitar a oportunidade para colocar a esfera e espigão em ferro que se encontra em falta neste emblemático monumento. 

Rapidamente, de resposta pronta, como costumam falar os políticos, aquele amigo tratou de me despachar dizendo que o assunto já estava a ser tratado e que um dos membros da sua equipa já contatara um ferreiro nesse sentido. 

Entretanto os meses passaram, a  água na fonte ora corre ou deixa de correr, tal como a iluminação decorativa e do que falta como decoração original do fontanário nunca mais ninguém deu conta. 

Faz-me confusão mental e não consigo atinar o que é que move estes nossos políticos, de tanta parra e pouca uva, a descurarem desta forma o nosso património edificado, quando temos tão pouco que possa contar os milénios de História da ocupação pelo Homem neste solo setubalense. 

Não deve ser por falta de dinheiro pois que qualquer “meia dúzia” de euros dará para fabricar e colocar a peça em falta. 

Por quanto mais tempo ficaremos à espera que se reponha o que um dia foi retirado da Fonte Nova? 

Rui Canas Gaspar
2018-dezembro-08
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domingo, 2 de dezembro de 2018


Álvaro Cunhal, desenhos DA prisão ou NA prisão? 

Antes de mais uma nota prévia. Não pretendo discutir sobre a mais ou menos valia do embelezamento da avenida, nem do aspeto político da mesma, nem sequer dos seus custos, mas somente sobre um pormenor  que me parece ser um erro de português. 

Nos painéis expostos  na Avenida Álvaro Cunhal, em Setúbal, podemos ler não só o nome do autor dos desenhos, Álvaro Cunhal, como também a indicação de “Desenhos da Prisão”. 

De facto os desenhos aqui expostos constam de um álbum editado em Dezembro de 1975 pelas Edições Avante com este  mesmo título e onde se compilaram alguns desenhos do autor feitos na prisão. 

Ora os desenhos foram executados NA prisão tendo o autor escolhido o povo camponês  como personagem central e não focam um qualquer canto ou recanto DA prisão onde estava confinado. 

Assim sendo, e salvo melhor opinião dos nossos experts parece-me que estamos em presença de um erro que remonta a 1975 e que agora está patente numa das nossas principais  artérias citadinas. 

Claro que não tenho a pretensão de corrigir o que quer que seja, mas apenas o de assinalar uma curiosidade linguística do nosso rico português. 

Rui Canas Gaspar
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2018-dezembro-02

sábado, 24 de novembro de 2018


Vejam Setúbal, tirem a prova… 

A tarde apresentava-se cinzenta  e do céu as nuvens ameaçavam fazer cair uma boa bátega. A Serra da Arrábida estava parcialmente encoberta e no mar a agitação das ondas davam a ideia de que estávamos num qualquer dia de vendaval, com o mar a avançar ameaçadoramente sobre as construções da Praia da Galápos. 

Às 18,00 horas horário anunciado para a inauguração da iluminação natalícia que este ano se apresenta mais bonita em Setúbal, a chuva fez-se sentir com mais intensidade e desta vez batida a vento. 

Cinco minutos depois da hora agendada a bonita e enorme árvore de natal, colocada na Avenida Luisa Todi,  iluminava-se fazendo parar o trânsito automóvel na zona poente daquela concorrida artéria. 

Mesmo com chuva foram muitos aqueles que saíram para usufruir destes momentos diferentes e agradáveis como só esta quadra festiva proporciona, apetecendo cantar a nossa emblemática melodia: Vejam Setúbal, tirem a prova, das Fontainhas , do Castelo à Fonte Nova. 

Rui Canas Gaspar
2018-novembro-24
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domingo, 18 de novembro de 2018


Responda quem souber 

Um dos mais feios postais de Setúbal fica  situado precisamente na principal artéria da cidade, a Avenida Luisa Todi, local agora ocupado por pombos e ratos, bem ao lado de edifícios que se encontram ao serviço da Polícia de Segurança Pública, embora a sua segurança deixe muito a desejar.

Tratando-se de propriedade particular este é um dos edifícios históricos setubalenses que albergou a antiga capela da confraria dos marinheiros e de pescadores de Setúbal, edificada no século XVI e muito abalada pelo terramoto de 1755. 

Anos mais tarde, em 1833, naquele espaço haveria de surgir um teatro, local de diversão de muitos dos nossos antigos conterrâneos. Chegado à época da industrialização aquela antiga casa de oração e de posterior diversão daria lugar a um espaço de produção.  

Nasceria então ali naquelas históricas instalações uma das muitas fábricas de conservas de peixe que laboraram em Setúbal. 

Na fase final da sua ocupação o Estado Novo veio ocupar a antiga  casa de oração, de diversão e de produção agora como quartel de um dos seus braços de apoio, a Legião Portuguesa, e foi com essa utilização que a revolução de 25 de abril de 1974 a veio encontrar. 

O edifício ainda serviu de sede de campanha a um partido político até que a falta de manutenção e conservação o empurraram para uma quase total destruição, com o perigo que isso representa, sobretudo para as viaturas à “guarda” da PSP bem junto ao seu alçado principal.
Independentemente de se tratar de um edifício particular, carregado de história, até quando é que se pode permitir que o mesmo constitua um atentado não só visual, como também real aos setubalenses e a quem nos visita? 

Rui Canas Gaspar
2018-novembro-18
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terça-feira, 13 de novembro de 2018


Setúbal está mais bonita e não vai ficar por aqui

Durante muitos anos assisti à perda de importância da cidade que me viu nascer, tal como aos meus antepassados e meus descendentes. Em meu entender fruto da ausência de liderança local.
Nas últimas décadas a cidade cresceu, mas a qualidade piorou, fazendo lembrar uma má obra de arte muito bem emoldurada, ressaltando aqui o verde das nossas serras e o azul do nosso Sado.

Afligia-me sobretudo a ausência de pormenores que embelezassem a urbe, fossem obras de arte, jardins, pinturas de fachadas, esplanadas, ou seja, beleza e vida.

Nos últimos anos essa cinzenta tendência tem vindo progressivamente a modificar-se e hoje é com agrado que vejo uma cidade mais bonita, mais dinâmica, embora naturalmente com muito ainda por fazer, face a anos e anos em que não foram devidamente aproveitadas as oportunidades colocadas à disposição da liderança local.

Vem isto a propósito de mais um espaço em recuperação que foi embelezado com reproduções de desenhos da autoria de Álvaro Cunhal.

Goste-se ou não dos seus desenhos, goste-se ou não do autor, goste-se ou não da ideologia por ele perfilhada o facto é que em termos de obras de arte e de embelezamento de Setúbal se poderia tratar de uma mais-valia.

Digo poderia, porque embora os desenhos estejam colocados na avenida com o nome do autor e, esteticamente não me pareçam que os painéis estejam desadequados, na prática não me parece que resultem, porquanto encontrando-se os mesmo na faixa central a sua apreciação por parte do público será limitada. 

Setúbal vai-se alindando e hoje já começamos a ter um bom leque de obras de arte espalhadas um pouco por todo o concelho, disponíveis para todos os gostos, a par de um vasto conjunto de edifícios que se recuperam e de zonas que se transformam para dar maior e melhor qualidade de vida a quem cá vive e a quem nos visita.

Independentemente dos gostos e das opções políticas de cada um o facto é que Setúbal hoje apresenta-se mais agradável que nunca e não poderá  parar por aqui se para isso todos ajudarmos com o nosso esforço e com as nossas críticas.

Rui Canas Gaspar
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2018-novembro-13

domingo, 14 de outubro de 2018


Parabéns e Obrigado ao C.M.S. 

Com o dia mais fresco, a estrada sem cancelas, o ambiente mais leve devido ao vento e à chuva trazida pela Leslie, e eis que retorno à rotina, sempre agradável, de dar a “volta saloia” passeando junto ao mar, de nascente para poente e, retornando a Setúbal pelo alto da magnifica Serra da Arrábida. 

Para além do prazer deste pequeno percurso, hoje vim agradavelmente surpreendido pelo facto de ter constatado que mais um troço de estrada da serra ter visto o seu piso melhorado e,  mais satisfeito fiquei ainda quando me deparei com um dos miradouros que se encontrava inoperacional, se encontrar  agora também disponível, devido ao tratamento do pavimento. 

Estes melhoramentos vem juntar-se àqueles outros levados a cabo no ano passado, no referente à mudança de guardas de proteção, sendo que  a iniciativa desta ação se deve não a uma qualquer entidade pública mas sim a um clube setubalense, o Clube de Motorismo de Setúbal (C.M.S.) que ali tem levado a cabo a prova automobilística “Rampa da Arrábida”. 

Parabéns pois para o C.M.S. que com o dinamismo dos seus dirigentes tem conseguido juntar o fenómeno desportivo, à melhoria das condições de segurança automobilistica e também, como aqui se pode constatar a dotar a serra de melhores condições de atratividade. 

Rui Canas Gaspar
2018-outubro-14
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quinta-feira, 11 de outubro de 2018


Quase uma centena de ganchorras frente ao “Mar Portugal” 

Junto à Doca dos Pescadores, em cima da muralha podemos ver quase uma centena de ganchorras (algumas ainda com estrelas do mar e "pés de burro" lá dentro) , o aparelho de pesca que puxado por um barco arrasta tudo o que está no fundo do mar destruindo as pradarias marinhas e desertificando tudo à sua passagem. 

Tem sido anos e anos que estas artes de pesca, vocacionadas para a apanha de bivalves, tem operado livremente nas nossas águas. 

Curiosamente, como pano de fundo podemos ver o “Mar Portugal” o barco do IPMA (Instituto Português do Mar e da Atmosfera) que com a sua tripulação de cientistas se dedica à investigação das coisas do mar. 

Como diz o povo: “Quem vai pró mar avia-se em terra” e, se calhar, seria bom que os nossos cientistas marítimos começassem por estudar os malefícios que fazem estas artes de pesca, que conjuntamente com todas as outras formas de destruição da vida marinha originam que qualquer dia tenhamos apenas peixe proveniente das pisciculturas. 

Rui Canas Gaspar 

2018-outubro-10 

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quarta-feira, 12 de setembro de 2018


Dentro em breve Setúbal estará irreconhecível

Tive um espaço onde plantei umas “canas da Índia”, um tufo bem bonito. 

Passado algum tempo reparei que em determinado dia os rebentos apareceram  à luz do dia numa vasta extensão e passado pouco tempo tinha ali um canavial.

Disseram-me então que aquela planta durante cinco anos cria uma rede de raízes subterrâneas para depois as canas emergirem em toda a sua pujança.

Hoje dei comigo a pensar neste assunto ao falar com um antigo colega de trabalho que não residindo em Setúbal, adquiriu e recuperou em Lisboa mais de meia centena de edifícios.

Aqui, o trabalho também está a ser feito tal como as raízes do canavial.

Esse meu antigo colega chegou agora a Setúbal e de uma assentada comprou  meia dúzia de prédios antigos, uns melhores, outros piores,  para recuperar.

Boa parte dos edifícios antigos e em mau estado principalmente na zona baixa da cidade já mudaram de mãos e vão ser recuperados por investidores particulares, no caso deste meu ex-colega destinando-os ao mercado de arrendamento.

Tal como o canavial, estou convencido que dentro em breve não só a baixa de Setúbal mas as zonas envolventes estarão irreconhecíveis, acabando-se o mau aspeto  motivado por dezenas de anos de abandono.

Rui Canas Gaspar 

2018-setembro-12 

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domingo, 9 de setembro de 2018


Em Setúbal o Bairro Rendeiro e envolventes parece zona de “guerra” 

Quando nos arriscamos a entrar por aquelas ruas construídas, em construção, ou em renovação parece que entramos numa zona que foi alvo de algum bombardeamento. 

Ali ainda podemos ver o que resta das barracas que circundavam a cidade aquando do tempo da Revolução de 25 de Abril, casas onde os telhados caíram, outras escoradas não vão as paredes desabar, outras meio demolidas e outras ainda com aspeto de não terem qualquer intervenção há largas dezenas de anos. 

São várias as ruas que se encontram a ser intervencionadas para colocação de novos ramais de água, esgotos, eletricidade e finalmente nova ou primeira pavimentação. 

O Bairro Rendeiro, paredes meias com o Santos Nicolau, em breve verá desaparecer a sua Rua C, onde está o moinho, para a ver integrada num amplo novo e bonito espaço ali junto às escarpas de São Nicolau, uma zona que cada vez se apresenta mais agradável. 

Enquanto as necessárias obras prosseguem é de pedir a São Pedro que não mande muita chuva, pois se ele não atender a este pedido os setubalenses que vivem para aquelas bandas, nos outros novos edifícios habitáveis, terão grande dificuldade em sair de casa devido ao lamaçal que forçosamente se irá formar. 

O progresso tem destas coisas e em Setúbal elas não são muito diferentes quando se trata de obras na via pública. 

Rui Canas Gaspar
2018-setembro-09
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domingo, 5 de agosto de 2018

Cá em casa acabou-se a água
Nunca tal tinha acontecido desde que em 1949 se começaram a registar as temperaturas do ar na cidade de Setúbal.
Os termómetros marcaram hoje (2018-agosto-04) na cidade do rio azul os 45, 5 º de máxima, um record e, a fazer fé na antiga sabedoria popular o próximo ano de 2019 não se vai apresentar muito promissor, antes pelo contrário. É que as canículas, a forma como os nossos antepassados previam o tempo, apontam para um início de ano bastante seco.
Os primeiros 12 dias de agosto correspondem aos doze meses do ano seguinte e, assim sendo, o janeiro, fevereiro e março serão quentes e sem chuva, podendo esta vir a ocorrer apenas em abril e somente nalgumas regiões.
Torna-se por isso cada vez mais imperioso pouparmos água, um bem finito, que na nossa região também vai escasseando.
Cá em casa já nos habituamos a poupar e a reciclar reduzindo a fatura a pagar às Águas do Sado quase para metade.
Curiosamente, hoje acabamos de gastar o resto da água da chuva que captamos na varanda e que depois de colocada em garrafões tem vindo a servir para regar as plantas que alegram a nossa casa.
Por isso, amigos setubalenses (e não só) vamos habituar-nos a poupar hoje para que possamos ter amanhã e deixemo-nos de teorias porque a coisa começa a ficar preta.
Rui Canas Gaspar
2018-agosto-04

sexta-feira, 3 de agosto de 2018


Coisas de Setúbal para inglês ver 

Com o calor que se fez sentir decidi que só ao final da tarde sairia de casa e assim foi, por volta das 20,15h. estava a chegar à Praia da Figueirinha, com cancelas escancaradas para quem desejasse seguir em frente e de cancelas encerradas para o parque de estacionamento, pago até às 19,00h. 

Embora incrédulo pelo facto de passar das 20,00 e as cancelas do estacionamento estarem encerradas, premi o botão, saiu o ticket , a cancela levantou automaticamente e eu entrei. 

Já no bar perguntei ao empregado sobre o porquê de se ter de tirar o ticket se estava anunciado que àquela hora já não se pagaria. O simpático funcionário esclareceu que não se pagava mas que teria de se tirar o talão. 

Cerca das 21,00 e como o calor decidisse assentar praça nos 33º resolvi vir embora. Aponto a viatura à saída, introduzo o talão mas a cancela não abre, volto e revolto o bilhete e nada. Premi o botão de auxilio e ouço o som de um telefone a tocar, mas do outro lado ninguém atende… 

Atrás de mim a fila de carros vai-se formando e eu não saio, mas os outros também não! Eis então quando surge uma alma caridosa a informar que eu teria, mesmo sem pagar nada, que me dirigir à máquina automática para validar o ticket.  Vamos lá nós saber porquê?... 

A fila teve de recuar para eu tirar o carro e desimpedir o trânsito e ainda a caminho da máquina automática tive oportunidade de fazer a minha boa ação ao informar mais dois condutores que iam ter o mesmo procedimento que eu. 

Pergunto, na minha qualidade de ignorante destas coisas; Não seria mais fácil o sistema ser programado para que os tickets retirados fora do horário de pagamento não tivessem de passar por este sistema de validação? 

Não seria melhor ser desativado o sistema de chamada telefonica para alguém que não atende? 

Já agora, confirmo que vi pelas 20,00 horas o parque de estacionamento da Sécil a ser encerrado por um elemento da segurança, quando o placard informativo dizia que ali haviam 195 lugares disponíveis, mesmo que lá tenham ficado dentro meia dúzia de viaturas certamente o total não chegará aos anunciados 300. 

Dei comigo a pensar na semelhança de todo este sistema com aquele outro onde se gastaram largos milhares de euros em armários da Proteção Civil Municipal, espalhados por diversas artérias do centro histórico setubalense, com vista a uma primeira intervenção de emergência, mas que se encontram ali para inglês ver, porquanto se encontram vazios, como provavelmente vazias se devem encontrar algumas cabecinhas pensadoras cá do nosso burgo. 

Rui Canas Gaspar 

2018-agosto-03 

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sábado, 19 de maio de 2018


 Não há fumo sem fogo 

Ricardo Mourinho Félix, Secretário de Estado das Finanças, já veio a público dizer que o Estado não iria intervir no colapso financeiro do Sporting. 

Pois é bom que não vá, os sportinguistas que se entendam e se o clube for à falência paciência. 

Os nossos pesados impostos não devem servir para alimentar os chorudos vencimentos e os desmandos que se praticam nos clubes de futebol. 

Mas, o que me deixa apreensivo e a muitos outros amigos é o facto de não haver “fumo sem fogo” e às tantas lá está o Estado a ir-nos mais uma vez ao bolso para cobrir as asneiras grosseiras destes “artistas”. 

O setubalense  Ricardo Mourinho Félix, como escuteiro, sabe bem que esta história do fumo e do fogo é verdade e como escuteiro lembro que o melhor a fazer é começarmos já todos a fazer xixi para cima da fogueira não vá o fogo avivar enquanto estivermos a dormir. 

Rui Canas Gaspar
2028-maio-19
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sexta-feira, 4 de maio de 2018


Quantos setubalenses já ouviram falar no Forte da Estrela ? 

A importância económica e estratégica para o reino de Portugal levou os nossos antigos monarcas a protegerem a localidade fazendo-a cercar com possantes muralhas e baluartes de defesa. 

Destas antigas estruturas ainda hoje podemos observar alguns troços, uns mais bem conservados do que outros, porém todos eles a carecerem da devida identificação para que as atuais gerações possam vir a saber um pouco mais sobre a nossa rica história. 

No exterior das muralhas, no alto de três colinas sobranceiras à cidade do Sado foram construídos três possantes fortes que defenderiam Setúbal dos ataques por terra. 

Dessas três estruturas o Forte de S. Filipe encontra-se em boas condições e pode ser visitado, o Forte S. Luís Gonzaga, construído numa colina no Viso, apto a defender a localidade de atacantes vindos dos lados de Lisboa, está bastante degradado  e mostra-nos um monumento militar rico de história que pode e deve ser contada. 

Finalmente, o Forte da Estrela construído no alto de outra colina, a nascente dos outros, bem perto do local onde hoje temos o Hospital de S. Bernardo era a primeira defesa setubalense para quem viesse dos lados do Alentejo. 

Deste Forte da Estrela nada mais resta do que as antigas plantas da sua localização e, aos nossos dias nada chegou a não ser o seu nome inscrito numa ladeira, perto do local onde o mesmo estaria localizado. 

Setúbal, localidade milenar, tem sido sujeita a décadas de destruição do nosso património histórico apresentando-se hoje depauperada numa altura em que este património é o que deveríamos ter de melhor para atrair os turistas e consequentemente gerar mais riqueza e postos de trabalho. 

Temos de estar atentos e vigilantes e não deixar destruir mais nada do nosso património, antes pelo contrário, vale a pena investir na recuperação do mesmo não só como uma mais-valia mas sobretudo para deixarmos um legado histórico e cultural às gerações vindouras. 

Rui Canas Gaspar 

2018-maio-04 

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quinta-feira, 19 de abril de 2018


Mil euros por cada lugar de parqueamento na Figueirinha 

No dia em que Setúbal comemora mais um aniversário da sua elevação à categoria de cidade, deu-se início na Praia da Figueirinha aos trabalhos de marcação de estacionamento, o qual será tarifado entre os meses de junho e setembro. 

O espaço será controlado por um sistema de cancela e comportará 200 lugares, com valores que atingirão o pico no mês de agosto, situando-se em 1 euro/hora. 

Feitas as contas por alto estimo que estes 4 meses de Verão renderão um valor bruto na ordem dos 200 mil euros , ou seja, cada lugar de parqueamento valerá durante a época balnear qualquer coisa como os MIL euros. 

A taxa não é inédita, poderá ser alta ou baixa dependendo da carteira de cada um, lembrando que quem for para Sesimbra também terá de abrir os cordões à bolsa, o mesmo acontecendo na Comporta, no Meco, na Caparica e por aí fora.
Isentos (por enquanto) estão os utentes dos PUA, da Albarquel e da Praia da Saúde e antevejo uma maior afluência de setubalenses às praias de Troia. Ou seja, é como nos funerais, enquanto uns choram outros vendem os lenços. 

Gostaria que esta boa fatia financeira que irá entrar nos cofres da Autarquia, pudessem reverter a favor dos automobilistas e da própria C:M.S. e que fosse reservada determinada verba para aquisição de parqueamentos metálicos em altura de modo a que fosse utilizada nas nossas zonas balneares tão carenciadas de espaço. 

Rui Canas Gaspar 

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2018-abril-19

terça-feira, 17 de abril de 2018


EM SETÚBAL
E se voltássemos a admirar a Fonte de S. Caetano? 

Setúbal, localidade milenar deveria ser farta em obras que atestassem essa sua antiguidade, porém fruto de políticas de desenvolvimento promovidas por gente ignorante e a quem a cultura pouco ou nada diz o pouco que temos tem vindo paulatinamente a ser destruído. 

E esta situação não é nova, já vem desde a Monarquia e tem sido transversal a várias gerações, chegando-se aos dias de hoje, quando o turismo, a indústria da paz, é vista como a galinha dos ovos de ouro, bem poderíamos ter mais para mostrar a quem nos visita. 

Uma das obras de arte desmantelada e parcialmente levada em pedaços para os espaços exteriores do Convento de Jesus era a Fonte de S. Caetano, localizada na Rua de S. Caetano, hoje, Avenida dos Combatentes da Grande Guerra, a qual era abastecida pela nascente existente no Outeiro da Saúde que também alimentava o fontanário da Fonte Nova. 

Seria interessante a autarquia inventariar as peças existentes desta antiga fonte e mesmo com a falta de algumas pedras tentar reconstruir e colocar numa das nossas praças, rotundas ou jardins como memorial aos nossos ancestrais e como mais um motivo de atração para os setubalenses e para quem nos visita. 

Fica a sugestão. 

Rui Canas Gaspar
2018-abril-17
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terça-feira, 6 de março de 2018




A “Setúbal Revista” morreu ou hibernou ? 

Foi em abril de 2015 que pela mão do jornalista setubalense Joaquim Gouveia nascia uma nova e atraente publicação com o sugestivo título de “Setúbal Revista”. 

Com mais ou menos dificuldades  lá foi aparecendo mensalmente nas bancas, mesmo depois daquele jornalista ter alienado o título. 

A última revista apareceu ao público em janeiro deste ano de 2018 e pouco depois na página de internet que a revista mantinha apareceria uma nota de Maria João Ferro, diretora editorial da publicação, dando conta de que a mesma entraria em pausa por alguns meses tempo para uma tentativa de reestruturar, redimensionar e salvar este projeto. 

A nota da diretora que agradecia a todos os colaboradores da Setúbal Revista, não deixa porém de parecer mais uma despedida do que um até breve.
Se for para hibernar e acordar mais revigorada, muito bem porque sempre é melhor que morrer ainda que possa haver a esperança de renascer tal como uma fénix. 

De qualquer das formas foi um bom projeto enquanto durou e pessoalmente tive muito gosto em com ele desinteressadamente colaborar desde o primeiro ao último número. 

Rui Canas Gaspar 

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2018-março-06

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Quando o P.U.A. ainda não era nascido 

Foi um dia de festa em Setúbal, aquele 20 de maio de 1934, quando o Presidente da República, Marechal António Óscar de Fragoso Carmona, acompanhado de muitos ilustres setubalenses e visitantes, com pompa e circunstância, colocou a última pedra nas Grandes Obras do Porto de Setúbal. 

Embora tratando-se de um empreendimento de enorme importância para a cidade o mesmo viria a acabar com um conjunto de praias fluviais junto ao Rio Sado. 

As muralhas que ao longo de quatro quilómetros de margem então se construíram tinham o seu arranque na base do forte da Albarquel, num local designado por Toca do Pai Lopes. 

As areias retiradas do fundo do Sado, recorrendo-se a dragagem, foram expelidas para lá das muralhas. Devido a essa ação formaram-se amplos terraplenos, como aquele que aconteceu entre a Toca do Pai Lopes e a Praia da Saúde, um local onde viriam a funcionar os estaleiros de construção e reparação naval. 

Duas décadas depois outras necessidades viriam a ser sentidas pela cidade e, nos anos cinquenta, a Câmara Municipal de Setúbal, solicitou à empresa Eugénio & Severino que lhe cedesse parte dos terrenos que entretanto ocupava, para ali construir um Parque de Campismo. 

Mais tarde, foi acrescentada nova parcela de terreno, contígua, precisamente aquela onde o pessoal dos estaleiros jogava futebol, o que naturalmente não foi muito do agrado dos trabalhadores, ficando o parque com a dimensão definitiva até ao seu encerramento no início do século XXI. 

Algumas árvores foram então plantadas e construídas as necessárias infraestruturas de apoio ao espaço de lazer que dispunha de condições de enquadramento paisagístico invejáveis. 

Nos anos sessenta do passado século XX, naquele belo espaço, podiam ver-se montadas as pequenas tendas canadianas, muito utilizadas pelos campistas e escuteiros, a par das grandes tendas familiares ao lado das quais, curiosamente, também parqueava a viatura automóvel do utilizador do parque. 

Rui Canas Gaspar 

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2018-fevereiro-18

terça-feira, 13 de fevereiro de 2018

Conhecem a brasileira setubalense? 

As nossas ruas são locais repletos de história ou de histórias, sobretudo as mais antigas artérias, sejam pela figura que homenageiam, pelas pessoas que por lá habitaram ou por factos e eventos acontecidos por essas bandas. 

Estou a lembrar-me por exemplo daquela ao lado da Rua das Oliveiras, onde a Fonte da Charroca aguarda por melhores dias e que dá pelo nome de Rua da Brasileira, no popular Bairro de Troino, onde residi e, onde segundo a tradição ali teria nascido, no mesmo edifício onde o meu pai também morou, a mundialmente famosa cantora lírica Luísa de Aguiar, que depois de casada passou a ser conhecida por Luísa Todi. 

Mas, independentemente das pessoas que ali residiram outros acontecimentos importantes por lá aconteceram como, por exemplo a descida rua abaixo dos soldados da Rainha D. Maria II, em 3 de maio de 1847, no dia seguinte ao combate do Viso, no decurso da terrível guerra civil. 

Nessa altura a Rua da Brasileira era designada por Rua de Coina, porquanto era ali que praticamente se iniciava o trajeto que seguindo pela estrada, um pouco mais a norte, chegaria a essa localidade, onde depois atravessando o Tejo entraríamos na capital do reino. 

Porque mudou o topónimo de Coina para Brasileira, não sei e, porque estamos em época de carnaval poderemos brincar um pouco e até pensar que alguma beldade para ali foi sambar despertando tal interesse que mandou a tal Coina às hortinhas para se radicar até hoje no meu velhinho Bairro de Troino. 

Rui Canas Gaspar 

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2018-fevereiro-13

sábado, 10 de fevereiro de 2018

Boas novas. A Ribeira do Livramento está viva! 

Basta avançar meia dúzia de metros desde Avenida da Europa para os terrenos da várzea de Setúbal para sermos confrontados com o pestilento cheiro vindo do leito da Ribeira do Livramento. Trata-se de águas de um esgoto que para ali descarrega a partir da zona do Complexo Desportivo  Municipal da Várzea, quase em frente ao campo desportivo utilizado pelos “Pelezinhos”. 

Para montante desse cano de descarga de águas negras, vindas das bandas do Bairro de São Gabriel, o leito da ribeira encontra-se seco. 

Pensava eu, e provavelmente a grande maioria dos setubalenses, que efetivamente a Ribeira do Livramento tinha morrido, devido a tão persistente seca. 

Hoje tive o privilégio de poder caminhar algumas horas pela Serra da Corva, para as bandas do Vale dos Barris, no concelho de Palmela, onde a Ribeira do Livramento tem a sua nascente. 

Ali a água, ainda que em pequena quantidade, sai da terra e forma um pequeno regato que vai aumentando de caudal até se transformar naquela ribeira com abundantes águas que desaguavam no Sado junto ao Clube Naval Setubalense.
O meu amigo, velho escuteiro, Carlos Frescata, conhecido e reconhecido ecologista conduziu-me até àquele local, onde os javalis se sentem em casa e onde em cujas águas ainda podemos observar os simpáticos cágados, enquanto no ar um casal de águias de asa redonda esvoaçam, como que patrulhando aquele santuário de vida selvagem, no estremo nascente do Parque Natural da Arrábida. 

Porque se trata de água em pequena quantidade ela não chega até à Varzea de Setúbal porquanto provavelmente vai ficando retida ou utilizada pelas explorações agrícolas por onde passa. 

Fiquei feliz por ter estado junto à nascente e por poder partilhar esta  boa nova. 

Enquanto há vida há esperança e como tal talvez um dia possamos ver a nossa várzea com água límpida correr no leito da nossa Ribeira do Livramento tal como os nossos avós tiveram o privilégio de observar, aquela mesma água onde ainda podemos saciar a sede debruçando-nos sobre a terra-mãe. 

Rui Canas Gaspar 

livrosdorui.blogspot.com 


2018-fevereiro-10

sábado, 3 de fevereiro de 2018

Como a Câmara Municipal de Setúbal resolveu um delicado problema de parqueamento 

No início de 2017 uma intervenção liderada pela Câmara Municipal orçada em 154.759,99 euros centrou a atenção nos trabalhos entre a Avenida da Europa e a zona até então asfaltada, beneficiando uma área de  1 070 metros quadrados. 

Desta empreitada, donde ressalta a construção de passeios e estacionamentos onde foi colocado pavet, resultou também a execução de três dezenas de caleiras para colocação de árvores, bem como a criação de uma bolsa de estacionamento automóvel que comporta 84 viaturas. Ainda no âmbito destes trabalhos foi também instalada uma rede de drenagem de águas pluviais e reforçada a iluminação pública. 

Nos últimos tempos verificou-se que era recorrente o estacionamento de viaturas pesadas nesses espaços destinados ao estacionamento automóvel, ocupando cada um desses veículos vários lugares. 

Alguém do serviço de trânsito municipal teve a brilhante ideia de ao invés de colocar sinais de trânsito ou avisos a proibir os camionistas de ali parquearem as suas viaturas, tratou de mandar colocar no meio de cada uma das bolsas de estacionamento uma floreira donde ressalta uma viçosa palmeira. 

Tiro e queda! Acabou-se ali o parqueamento abusivo por parte dos condutores dos pesados de mercadorias. 

Rui Canas Gaspar 

2018-fevereiro-03 


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