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sexta-feira, 30 de dezembro de 2016

Cuidado com a cabeça na passagem do ano

Desde que estive ao serviço das empresas por onde passei que costumo dedicar boa parte do tempo deste dia do ano à arrumação e eliminação de material e documentação de forma a entrar no ano seguinte com a casa em ordem e apta para nova jornada.

Hoje não foi exceção e logo pela madrugada foi a vez do E Fatura, o prático e moderno serviço da Administração Tributária mas que eu não consigo gostar, e vamos lá nós saber porquê…

A manhã prosseguiu com outro tipo de eliminação de artigos cá em casa e depois deste intervalo para descontrair com a escrita seguir-se-á o escritório outra área, para a qual já me vai faltando a paciência.

Nesta altura lembro-me sempre, e é esse o tema que gostava de partilhar convosco, de que este hábito já vem do berço. É que me recordo que desde menino ter ver minha mãe guardar um prato, ou tacho de barro, que estivesse danificado para dele se desfazer no último dia do ano.

Naquele tempo, há mais de meio século, os setubalenses não passavam o ano em alegres e dispendiosos reveillons, muito menos ficavam a olhar o céu deslumbrando-se com o inexistente fogo de artifício.

Chegada a meia-noite e ouvia-se a sirene dos bombeiros e logo os janelas das casas se abriam de par em par e ouvia-se um tremendo chinfrim de tampas de tachos a bater uns contra os outros.

Das mesmas janelas voavam para a rua os tais pratos falhados, ou tachos partidos que se viriam a desfazer em cacos contra as pedras da calçada, ou perto da cabeça de algum setubalense que por ali deambulasse ao sabor dos vapores do álcool.

Era assim que a generalidade do pessoal de então se divertia na passagem do ano e esta é uma das memórias que me ficou retida bem como o hábito não de atirar coisas pela janela, mas na versão atual de ir colocar uns sacos cheios de tralha ao molock aqui do bairro.

Com tachos, ou sem eles, com fogo de artifício ou sem ele, desejo-vos um ano de 2017 um pouco melhor do que este 2016 que se despede rapidamente.

 Rui Canas Gaspar



2016-dezembro-30

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