notícias, pensamentos, fotografias e comentários de um troineiro

domingo, 31 de julho de 2016

Abençoados homens que estão a construir a nossa cidade

Aquelas calejadas mãos, tão duras como a própria pedra, não param por um momento e, enquanto uma maneja habilmente o pequeno martelo com que esgravata a terra e bate na pequena pedra para a ajeitar devidamente no respetivo lugar, a outra vai segurar a próxima que irá ser colocada.

De cócoras ou de joelho no chão e com o sol abrasador eles não param de manhã à noite. Normalmente trabalham de empreitada e quantos mais metros fizeram mais ganharão e porque se trata de um trabalho desenvolvido ao ar livre têm de aproveitar o tempo não chuvoso, porque quando a chuva vier não podem trabalhar na sua arte e nesse caso nada ganharão.

A equipa de calceteiros que tem estado a trabalhar nas obras de renovação da Avenida Independência das Colónias, em Setúbal despertaram a natural curiosidade no meu neto, quando o levei para ver de perto os trabalhos em curso e poder apreciar a quantidade e diversidade de maquinaria envolvida, desde a fresadora de pavimento, à máquina de espalhar o material betuminoso, ao cilindro, aos camiões de transporte, equipamentos manobrados por especializados operários.

Também uma equipa de eletricistas desenvolvia a sua atividade retirando postes de iluminação e substituindo-os por outros mais adequados ao novo traçado da via.
O menino teve assim oportunidade de apreciar, bem de perto, como se fazem as ruas e avenidas da sua terra e o trabalho que isso dá.

Não é pois de admirar que embora as máquinas lhe tenham despertado mais curiosidade a sua atenção tivesse sido centrada naqueles calceteiros que não paravam de colocar dezenas, ou centenas de milhares de pequenas pedras com área média de 5x5 centímetros.

O rapaz não deixou de ir bem para junto da equipa observar como aqueles profissionais faziam o seu trabalho e perguntou-lhes. – Não se cansam? Um destes homens de mãos duras, mas certamente de coração mole, sorriu para a criança e respondeu. – Sim cansamo-nos muito, à noite quando vamos para a cama dói-nos o corpo todo!

Passados alguns minutos saímos de junto dos calceteiros para ir observar o trabalho das máquinas que estavam a colocar o novo tapete betuminoso na avenida.

Porém, quer para o neto quer para o avô ficou o testemunho daquele habilidoso calceteiro, que mesmo ao domingo continua na sua imparável tarefa, apenas fazendo um curta pausa para almoçar aquilo que trouxe na marmita.

Foi uma pequena trégua que o trabalho lhes deu, acrescido do luxo de o ter feito à sombra de uma abençoada e frondosa árvore desta avenida.

A partir deste fim de semana o menino certamente que passará a ter uma maior admiração e respeito por estes homens que constroem a sua cidade e se vir alguma pedrinha fora do lugar deverá sentir o desejo de logo a colocar no espaço que lhe foi destinado.

Rui Canas Gaspar
2016-julho-31

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sexta-feira, 29 de julho de 2016





Igreja de Jesus reabre as portas e a Feira de Santiago tem agora mais sete dias

Filipe II governava Portugal quando no ano de 1581 decidiu reunir em Tomar as cortes com o objetivo de tratar de assuntos relacionadas com o reino do qual também era governante.

E foi para lá que se encaminharam os representantes da notável vila de Setúbal tal como outros oriundos das mais diferentes regiões de Portugal.

Nesta magna reunião os representantes do povo setubalense aproveitaram a oportunidade para solicitar ao rei a necessária autorização no sentido de poderem criar uma feira na sua florescente e dinâmica localidade.

Analisado e ponderado o assunto, o rei decidiu deferir a petição ficando assente que a nova feira teria a duração de três dias, com início no dia de Santiago, 25 de julho, e seria realizada junto à Igreja do Convento de Jesus.

Chegados ao dia de Santiago do ano de 2016, Setúbal estava sem feira e sem Igreja de Jesus esta por se encontrar a ser alvo de trabalhos de levantamento topográfico e desenvolvimento de estudos e investigações.

Passados que foram apenas quatro dias sobre a comemoração da realização da primeira Feira de Santiago, eis que é anunciada a reabertura da Igreja do Convento de Jesus, visitável de de terça a sábado e também a centenária Feira de Santiago franqueia o seu acesso ao público, desde hoje, dia 29 de julho de 2016, a partir das 19 horas e por um período de dez dias.

Neste fim-de-semana temos portanto duas boas notícias, podendo constatar-se que a nossa ancestral feira tem agora mais sete dias para que o povo se possa divertir e fazer compras do que naqueles longínquos tempos quando os feirantes assentaram arraiais cá mais para baixo, para junto do vetusto Convento de Jesus e este que tinha a sua Igreja encerrada, vê também a mesma ser reaberta ao muito público que a pretende visitar, sobretudo nesta altura do ano.

Rui Canas Gaspar
2016-julho-29

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domingo, 24 de julho de 2016

OVNIS avistados em Setúbal

Depois de um domingo de calor abrasador finalmente a noite apresenta-se agradável com uma ligeira brisa fresca, não admira por isso que milhares de  setubalenses deixassem as janelas abertas para refrescar a casa e fossem dar uma volta até à beira do nosso Sado para descontrair e eu não fugi a essa regra.

As esplanadas estão cheias, os restaurantes da zona ribeirinha também e outro fenómeno agora é bem visível. São grupos de jovens de telemóvel na mão olhando atentamente para o ecrã na espectativa de caçar algum pokemon.

Enquanto uns olhavam para baixo eu olhava para cima, para o céu estrelado, nesta noite escura onde só em locais mal iluminados se consegue observar as estrelas, como acontece no Parque Urbano de Albarquel, hoje com a vantagem de termos alguns candeeiros com as lâmpadas fundidas.

E, eram 22,05 quando reparei num imenso aglomerado de pontos luminosos, como se fosse um enorme bando de aves que se deslocava de norte para sul, ou seja, vindos de cima da Serra da Arrábida atravessando o mar e desaparecendo pelas bandas de Troia.

Embora os anos de vida já não sejam poucos, nunca vi tal coisa, nem sequer nas largas dezenas de noites escuras passadas em acampamentos com os escuteiros.

Não eram estrelas cadentes, não eram aviões, mas também não sei o que eram, mas lá que eram, eram!

E porque se tratava de alguma coisa que voa e porque não identifiquei, daí ter rotulado este meu primeiro estranho avistamento como tratando-se de Objetos Voadores Não Identificados (OVNIS) eu, vi, minha mulher também, e um casalinho que passeava por ali também estava de cabeça no ar questionando sobre o que seria aquilo que estávamos a observar.

Será que mais alguém viu este fenómeno, ocorrido hoje, dia 24 de julho de 2016, pelas 22,05 horas?

Rui Canas Gaspar
2016-julho-24

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sábado, 23 de julho de 2016

A Arrábida precisa de um barco de socorro, porque mais vale prevenir que remediar

Esta semana reparei que se encontrava estacionada no Parque de Campismo do Outão uma viatura de combate aos fogos pertencente aos bombeiros setubalenses. 

Trata-se de uma louvável medida preventiva tendo ali um meio avançado para responder de forma mais rápida e eficaz em caso de sinistro ocorrido na Serra da Arrábida.

Porém, reparei também que continua o estacionamento automóvel abusivo na zona da Figueirinha e daí para poente, com largas dezenas de viaturas estacionadas à direita e à esquerda independentemente de haver traço amarelo ou não o que muito dificultará qualquer meio de socorro em caso de sinistro na zona.

Esta semana já aconteceram dois acidentes na Praia dos Coelhos, uma zona de difícil acesso por terra, pelo que a Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER) baseada em Setúbal, no Hospital de São Bernardo, não teve certamente a vida muito facilitada para chegar e parar na zona próxima do acidente.

Aquela praia não está dotada de vigilância e o acidentado teve de ser retirado por mar graças a uma embarcação da Polícia Marítima, chamada ao local.

A questão que eu coloco e que me parece pertinente é se não deveria haver um posto avançado dos Bombeiros, equipado com embarcação, de forma a poder prestar a necessária e rápida assistência, conhecidos que são os constrangimentos nos acessos por terra àquelas praias da Arrábida.

Sugiro a quem de direito, Proteção Civil, Bombeiros Voluntários ou Sapadores Bombeiros, que a exemplo do que acontece com a viatura parqueada no Parque de Campismo do Outão se possa fazer o mesmo com uma embarcação que ficaria fundeada junto a uma das praias da Arrábida, funcionando assim como ambulância marítima. Isto porque como todos sabemos mais vale prevenir que remediar e os nossos Bombeiros já dão exemplo nessa matéria.

Rui Canas Gaspar
2016-julho-23

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Setúbal prepara-se para receber a Volta a Portugal em Bicicleta

Acabaram de ser eliminados dois possíveis obstáculos existentes no topo poente da Avenida Luísa Todi o que certamente facilitará sobretudo os ciclistas que dentro de dias por ali irão acelerar para a meta aquando da Volta a Portugal em Bicicleta.
O triângulo separador elevado no final da avenida junto à Adega do Leo foi retirado e o pavimento nivelado, enquanto a lomba entre os correios e o Laranja também foi retirada.
Sendo assim, quem entrar em Setúbal vindo da Arrábida e, caso se trate de um pelotão de ciclistas, encontrará uma reta completamente plana e sem obstáculos.
Também a "malfadada" curva entre a Av. dos Ciprestes e a da Várzea foi retificada, dado que ali passará o pelotão vindo de Palmela a caminho de Azeitão.
Esta seria uma boa oportunidade para colocar um pouco de alcatrão no pavimento dos miradouros da Arrábida que se encontram em estado miserável.
Lembro que na Serra da Arrábida estará em discussão o último Prémio de Montanha que vai confirmar o nome do novo “Rei dos Trepadores”.
45 anos depois de Joaquim Agostinho ter chegado à cidade do rio azul envergando a camisola do Sporting, Setúbal volta a receber os ciclistas no dia 6 de Agosto, na penúltima etapa da prova rainha do ciclismo, um evento inserido no âmbito de “Setúbal – Cidade Europeia do Desporto 2016”

Rui Canas Gaspar
2016-julho-23
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quinta-feira, 21 de julho de 2016

O luxo de viver em Setúbal

Depois de um dia particularmente agitado nada melhor que chegar a casa e tomar um bom duche, mudar de roupa e ir apanhar um pouco de ar puro da Arrábida, e foi esse o luxo que tive o privilégio de desfrutar.

Depois de uma paragem técnica para abastecimento na esplanada da Figueirinha, sem stress, numa hora em que o pessoal regressava da praia e a brisa suave começava a soprar vinda lá dos confins do Atlântico, retorno ao carro para dar calmamente a volta pelo alto da serra a fim de desfrutar o belo pôr-do-sol.

Conduzo com cuidado redobrado, não por causa do trânsito que é quase nulo neste dia da semana e a esta hora, mas por causa dos animais selvagens que a esta hora deixam os seus abrigos para virem procurar comida.

Lá no alto, sobre o conventinho, tenho oportunidade de me congratular com a pintura exterior da capelinha que na minha última passagem por lá se encontrava grafitada e que foi alvo de uma nota publicada aqui. De facto a melhor maneira de combater esta praga dos “borra paredes” é utilizar as mesmas armas e sem perder tempo repintar o que eles pintam, ou borram…

Os miradouros da serra continuam com o piso em estado miserável sem que alguma entidade se digne resolver este assunto que é um péssimo cartão de apresentação para quem quer eleger a marca Arrábida como um destino de excelência.

O sol já se vai pondo no horizonte, o vento agora faz-se sentir de forma mais acentuada e a temperatura baixou tornando-se mais agradável este final de tarde de Verão.

Chego ao alto da serra e mal começo a descer cruzo-me com uma família numerosa, também deve ser pessoal de bom gosto e certamente veio jantar a este local de eleição. Consigo contar 4 adultos e quatro crias, provavelmente seriam mais, dado que não quiseram conversa e rapidamente meteram-se pelo meio do mato.

Nunca tinha visto javalis tão lá para cima, já os tinha encontrado sim cá em baixo na zona do Creiro, mas por ali só tinha visto os seus rastos.

Continuo a conduzir calma e atentamente rumo a Setúbal, onde junto à Albarquel volto a parar para fotografar a placa de boas vindas à cidade que se apresenta iluminada e bela tal como a baía dos golfinhos que abraça Setúbal.

Poucos minutos após e depois da imprescindível ronda pelo PUA, onde algumas pessoas passeiam descontraidamente, outras correm para manter a forma física e outras usufruem da calma do fim do dia, chego a casa e partilho com os amigos esta pequena nota apenas possível porque resido num local de luxo: Setúbal.

Rui Canas Gaspar
2016-julho-21

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quarta-feira, 20 de julho de 2016

Feira de Santiago em Setúbal

Vem aí a Feira de Santiago e com ela os naturais desabafos, opiniões e comentários, partilhados nas redes sociais pelos que são a favor e naturalmente pelos que são contra.

Para os mais antigos setubalenses a feira antigamente é que era boa, porque naturalmente guardam na sua memória agradáveis recordações de tempos idos, quando o primeiro dia era para os “caramelos” e a partir daí lá iam os setubalenses. Era altura de estrear uma peça de roupa nova e o recinto funcionava não só como espaço de diversão, mas também de convívio e ponto de encontro entre uma população onde muitos se conheciam.

Essa Feira de Santiago que nos lembramos seria naturalmente bem diferente daquela outra que começou por se realizar junto ao convento de Jesus e que mais tarde passaria a ser levada a efeito no Jardim da Beira-Mar.

Aquando das mudanças de local certamente alguns também manifestassem o seu desagrado, ou talvez não, porque nesses tempos ao povo não eram dados esses luxos de liberdade de expressão.

Em 2004 a feira deixou de se realizar na Avenida Luísa Todi transferindo-se para a zona nascente da cidade, para espaço próprio, na Herdade de Manteigada e, as crianças que até então iam à Feira de Santiago, na avenida, pela mão de seus pais, são hoje jovens na casa dos vinte e poucos anos que certamente poucas memórias guardarão da antiga feira levada a efeito num espaço que se transformou e hoje não comporta semelhante evento.

Independentemente dos gostos e opiniões, o certo é que a vida é feita de mudanças e se devemos apontar e criticar o que achamos mal, também devemos manifestar a nossa opinião sobre o que está bem.

Antigamente eu ia à feira e comia filhoses, hoje continuo a ir e compro deliciosas farturas, andava de ondulante carrocel, hoje são os divertimentos mais sofisticados, as tradicionais louças de barro que minha mãe usava e comprava na feira, hoje não se usam cá em casa e por aí fora.

Para os mais novos, e não só, a grande atração são os espetáculos musicais, mas até aí podemos escutar opiniões díspares aqui pelas redes sociais e pelos mais diversos motivos. Uns são a favor e outros contra o cartaz apresentado.

É assim a vida, goste-se ou não. Os anos vão passando (para toda a gente!!!) e tudo se vai modificando e se ficarmos agarrados ao passado, às lembranças, paramos no tempo e isso em meu entender não é salutar.

Por tudo isto e mais alguma coisa não deixarei de ir até à Manteigada, entre 29 de julho e 7 de agosto, passear na feira e, como tradicionalmente acontece, comer, sentado, um lombinho do Séninho, dar uma volta comendo uma fartura da Luisinha e antes de vir para casa comprar alguma Bolacha da Piedade.

É claro que como filho de pescador aprendi que “quem vai para o mar avia-se em terra” e como tal tratarei de passar pelo corpo um pouco de repelente contra as melgas, é que elas também andam aí.

Rui Canas Gaspar
2016-julho-20

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segunda-feira, 18 de julho de 2016

O pavilhão Antoine Velge está quase como novo

A par dos melhoramentos de toda a ordem que se vão observando um pouco por toda a cidade de Setúbal gostaria de partilhar com os amigos, especialmente com aqueles que estão fora do país, a novidade de que as instalações do Vitória Futebol Clube estão a ser alvo de grande intervenção.

No velhinho estádio do ENORME estão a ser colocadas centenas de novas cadeiras, umas para substituir as deterioradas e outras colocadas onde já não existiam, enquanto as restantes  serão devidamente limpas.

Mas a maior obra que está a ser quase dada por concluída e que tem sido realizada em tempo record é aquela que se prende com os melhoramentos do Pavilhão Antoine Velge, um equipamento com entrada pela Avenida Independência das Colónias, uma artéria que está também a ser alvo de profunda remodelação.

As obras de melhoramentos têm vindo a ser dinamizadas pela secção de andebol do V.F.C. e pela associação apoiante, ANDEGERAÇÕES, contando com o importante apoio da Câmara Municipal de Setúbal, que ali fez deslocar a própria presidente e o vereador do desporto, antes do início das obras para poder avaliar as necessidades bem como o apoio autárquico a conceder.

O exterior e parte da cobertura do emblemático pavilhão setubalense foi alvo de lavagem com jacto de água em alta pressão e depois todo o seu exterior foi pintado, apresentando-se agora com um aspeto muito mais agradável.

No interior, o pavilhão sofreu grandes melhoramentos ao nível do piso, casas de banho, balneários, pinturas, substituição de portas e janelas, etc. Um verdadeiro renascimento do antigo recinto, tão bem conhecido de muitos setubalenses.

A velha/nova casa do desporto setubalense vai apresentar-se bem bonita e funcional quando no dia 28 de agosto deste ano de 2016 receber as equipas que disputarão a final da Supertaça de Andebol 2016, um importante evento inserido no programa de Setúbal Cidade Europeia do Desporto 2016.

Rui Canas Gaspar
2016-julho-18

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quinta-feira, 14 de julho de 2016

Nadadores britânicos são atraídos pelos bons ares do “rio azul”

Aproveitando os excelentes bons ventos desportivos que sopram de Portugal e sobretudo de Setúbal Cidade Europeia do Desporto 2016 eis que na bonita e solarenga manhã de hoje, dia 14 de julho de 2016, foram vistos no Parque Urbano de Albarquel, cerca de meia centena de atletas britânicos que vieram aqui treinar natação, no local onde recentemente se realizaram provas mundiais desta modalidade.

Provavelmente os súbditos de Sua Majestade Britânica pensariam que  se trataria de um espaço com as necessárias condições para que no dia-a-dia pudessem praticar a modalidade e não um local com restrições de vária ordem.

Começaram logo por se deparar com uma praia (na maré baixa) onde muitas pessoas aproveitando este período e o muito calor que se faz sentir em Portugal  usufruíam da areia branca e fina frente ao nosso belo rio azul.

E foi uma carga de trabalhos para o treinador conjugar a ação dos seus discípulos que entravam e saiam da água correndo em alta velocidade por entre as pessoas que ali se encontravam a usufruir do espaço.

Curiosamente logo frente à escada de acesso à praia, podia-se ver o areal ocupado por grupos de pessoas que com as suas sombrinhas  dificultavam o acesso ao areal.

O nosso amigo Mário Salgado, que assistiu a toda esta cena, fotografou e filmou e dispensou-me a foto ilustrativa.

Não sei se as autoridades locais foram ou não informadas, nem sei mesmo se o teriam de ser, mas o que é facto é que temos condições naturais para atrair turistas de todo o tipo, inclusive os desportistas, pelo que se calhar teremos de melhorar as condições de receção a quem nos procura.

Enquanto isso não acontece vamos vivendo com o que temos e aprendendo com os erros que eventualmente possamos cometer.

Rui Canas Gaspar
2016-julho-14

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quarta-feira, 13 de julho de 2016

O “Prédio da Fiat” está mais bonito 

Quando eu era um bebé, as minhas mal cheirosas fraldas eram lavadas nas primeiras águas que abasteciam o conhecido tanque da Geménia. Um equipamento particular muito popular que se encontrava no interior de uma pequena quinta que então existia perto do início da Avenida General Daniel de Sousa, frente ao palácio Botelho Moniz.

Eram muitas as mulheres setubalenses daquela zona poente da cidade que ali se dirigiam logo às primeiras horas da manhã para lavar as roupas da família.

Eu cresci, deixei de usar fraldas, a cidade também cresceu e o povo também deixou de lavar a sua roupa nos tanques coletivos e à horta da Geménia aconteceu o mesmo que à sua proprietária: morreu!

Mas, há uma lei imutável que reza assim: “Na Natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma” e como que a  dar razão a Antoine Lavoisier  a horta da Geménia alguns anos depois haveria de dar lugar a um grande edifício de apartamentos, que ficaria conhecido entre a população local por “Prédio da Fiat” por ali serem então comercializados os automóveis daquele fabricante italiano.

Quando foi construído tratava-se de um imóvel de referência, localizado frente a outro não menos conhecido, o “Prédio da Setubauto” a empresa que foi durante largos anos foi concessionária da marca Ford.

Também com o decorrer dos anos o “Prédio da Fiat” viria a sofrer várias mudanças de proprietários e a degradação exterior tomou conta do edifício que se apresentava em estado lastimável, pouco dignificando aquela que é uma das principais vias de entrada na cidade.

É com regozijo que vejo agora serem retirados os equipamentos que permitiram a uma conhecida empresa setubalense especializada na área da pintura desenvolver o seu trabalho, mostrando-nos agora o antigo “Prédio da Fiat” com o esplendor de outrora, incomparavelmente mais bonito do que aquele feio imóvel que estivemos habituados a ver nos últimos anos.

De facto, por vezes pequenas obras de manutenção mudam radicalmente o aspeto de um imóvel transmitindo aos cidadãos uma atmosfera diferente que potencia a qualidade de vida das cidades.

Bem-haja a quem promoveu a iniciativa de avançar com a pintura deste prédio cujo aspeto provavelmente incomodava muita gente.

Rui Canas Gaspar
2016-julho-13
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terça-feira, 12 de julho de 2016

A “moradia Castro Cabrela” nunca esteve em tão mau estado

Foi provavelmente a mais bonita casa de habitação desta zona central de Setúbal, aquela que era  conhecida como a “moradia Castro Cabrela”.

Esta propriedade encontra-se desde há algumas dezenas de anos entregue a tudo e a todos e sujeita, como tal, às mais diversas contingências a que não é alheio o vandalismo.

Logo após a revolução de 25 de abril de 1974 o M.R.P.P. ocupou o imóvel para ali fazer a base das suas ações políticas em Setúbal.

Algum tempo depois o edifício começa a receber pessoas que ali se acolhem, ficando popularmente conhecido como o “hotel Califórnia”.

Entretanto vai-se deteriorando sem que alguém ali faça qualquer obra de beneficiação ou manutenção.

Um incêndio veio destruir grande parte do imóvel e o mesmo fica inoperacional, deixando apenas a zona da garagem em condições de ocupação e foi exatamente aí que um sucateiro acabou por assentar arraiais, enchendo o espaço com velharias para recuperação e venda.

No início deste mês de julho de 2016 novo incêndio no espaço ocupado pelo “ferro-velho” punha fim a qualquer tipo de utilização da propriedade por parte de quem ali pensasse instalar-se.

O espaço ocupado pelo sucateiro encontra-se escancarado, com o material queimado à vista, agora com cães e gatos a entrarem e saírem.

Os bonitos painéis de azulejos que embelezam os seus alçados e que os entendidos dizem não ter valor histórico, vão desaparecendo aos poucos e o edifício que já apresentava um mau aspeto agora está num estado deplorável.

No início da década ainda ostentou um aviso camarário que apontava no sentido de vir a ser alvo de obras de recuperação, mas tudo não passou de boas intenções.

Falou-se que a Ordem dos Advogados teria adquirido, ou estava em vias de o fazer, para ali instalar a delegação de Setúbal.

Nos “mentideiros” setubalenses dizia-se que um projeto tinha sido submetido à Câmara para aquele espaço mas que o mesmo não teria sido aprovado devido ao excesso de volumetria.

O tempo passou, nada foi feito, a bela avenida está agora mais pobre do que no início do ano e este que foi um belo edifício e uma soberba casa de família edificada numa cidade onde não abundam as riquezas arquitetónicas, encontra-se agora no miserável estado que as imagens documentam.


Rui Canas Gaspar
2016-julho-16

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domingo, 10 de julho de 2016

E… Viva Portugal!

Hoje domingo, dia 10 de julho de 2016 é dia de festa um pouco por todo o mundo onde se fala a língua de Camões e até onde a mesma já pouco é percetível.

Portugal está desportivamente em destaque.

Logo pela manhã recebemos a notícia de que duas atletas portuguesas tinham subido aos lugares cimeiros do atletismo. Sara Moreira a sagrar-se campeã europeia da meia maratona e Jéssica Augusto a ocupar a terceira posição.

A meio da tarde chega a notícia de que Patrícia Mamona ganha o ouro no triplo salto, mais uma campeã europeia. Um feito conseguido neste bonito e soalheiro domingo de Verão.

Daqui a pouco, ao final da tarde, pelas 20 horas será disputada em Paris a final do Campeonato Europeu de Futebol 2016 que oporá as formações de França à de Portugal e independentemente do resultado final a seleção das quinas já é campeã, se não vencer, o que espero não aconteça, pelo menos o título de vice-campeã já cá canta. Mas, como não há duas sem três!...

Setúbal Cidade Europeia do desporto 2016 vibra com este evento desportivo e são às centenas os aparelhos de televisão que estão espalhados pela cidade, no interior e no exterior de cafés e bares, lugares que na ausência de um grande espaço coletivo irão funcionar como espaços de convívio e de união em torno de um objetivo comum.

Mas, à boa moda portuguesa festa sem petisco não é festa e daí a razão de ser desta pequena nota.

É que quando me sentei frente ao computador entrou-me pela janela o cheiro de carvão recém-colocado a arder e pensei eu cá com os meus botões, daqui a pouco vai cheirar a febras. Olhei pela janela e não é que vi que as mesas já estão dispostas na rua, alguns setubalenses já estão preparados para a festa e, de facto, o fogareiro já está aceso.

Hoje o assunto do dia é futebol para os que gostam e para os que nem por isso, mas uma coisa é certa estas alegrias que o desporto proporciona são de facto ímpares, daí que daqui a alguns minutos todos vamos ficar colados aos écrans de televisão ou com os ouvidos a escutar os impagáveis relatos radiofónicos para acompanhar a nossa seleção, porque hoje mais do que nunca todos nos sentimos mais portugueses graças ao desporto-rei.

Por isso eu junto a minha voz a milhões de outos portugueses que gritam bem alto: Viva Portugal Campeão Europeu!

Rui Canas Gaspar
2016-julho-10

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terça-feira, 5 de julho de 2016

Quando o ótimo é inimigo do bom

A semana passada entrei pela primeira vez no Centro de Saúde que funciona na Avenida Alexandre Herculano, junto ao Parque do Bonfim, umas instalações  que outrora serviram, e bem,  o combate contra a tuberculose.

O edifício foi alvo de obras de adaptação e aqui foram feitos diversos melhoramentos.

Reparei na atenção, profissionalismo e simpatia que  o pessoal administrativo e técnico dispensavam aos utentes, a despeito do elevado número de pessoas que utilizam aquele posto.

Enquanto esperava para que o meu acompanhante fosse atendido, dei uma vista de olhos pelas instalações e  tive oportunidade de presenciar a chegada de duas senhoras uma delas (a mais velha) empurrando uma cadeirinha de bebé.

Esta barafustava com a mais nova ao mesmo tempo que com exagerada brusquidão empurrava a cadeirinha contra os degraus de acesso ao centro, na tentativa de galgar os quatro ou cinco que separam a rua do interior das instalações.

Passados alguns minutos fui atendido e aproveitei a oportunidade para perguntar porque é que umas instalações públicas recentemente remodeladas não dispunham de uma rampa de acesso para pessoas de mobilidade reduzida ou para facilitar situações como a que acabara de observar.

Fui então informado que tal não teria sido aprovado pelos serviços técnicos da autarquia, porquanto a construir-se, a inclinação da mesma seria superior ao permitido. Não medi o espaço embora não me pareça muito complicado tornear a situação atendendo à área disponibilizada pelo patim e não deixei de pensar com os meus botões que o ótimo é seguramente inimigo do bom.

Com uma funcionária falei naquilo que tinha acabado de observar e questionei como é que ali entravam as pessoas em cadeiras de rodas, por exemplo. Foi-me então informado que quando tal acontecer irão abrir uma porta existente na rua lateral que por a mesma se encontrar ao nível do piso poderão entrar por aí.

Sendo assim quero informar os milhares de utentes, meus conterrâneos, utilizadores deste Centro de Saúde que não vale a pena desesperar quando chegarem com alguém em cadeira de rodas, ou empurrando um carrinho de bebé e se depararem com os degraus.

Tirem a senha para a consulta, vão até ao balcão, peçam para abrir a tal porta de acesso, façam uma voltinha empurrando até à rua lateral, esperem que abram a porta e depois desta ginástica, sempre sorridentes agradeçam por já terem sido capazes de vencer mais uma etapa diária e alguém ter pensado em pessoas como vós.

Tenham um bom dia e… muita saúde!

Rui Canas Gaspar
2016-julho-05

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sexta-feira, 1 de julho de 2016

No Casino Setubalense quando se partia a fita o pessoal gritava a plenos pulmões “marreco!... marreco!...”

As buzinadelas dos carros que estão parados lá para as bandas da rotunda do Bonfim já se fazem ouvir, tal como os outros que chegam dos lados da Avenida da Europa e não podem avançar.

Foi mais um acidente rodoviário que aconteceu na Avenida Independência das Colónias, perto do Pavilhão Antoine Velge, bem perto do meio-dia deste primeiro dia de julho de 2016.

Os condutores que chegam de ambos os sentidos junto às duas viaturas que bateram não se entendem, com cada um a querer passar, as buzinadelas aumentam, os ânimos exaltam-se e uma senhora sai do seu carro para vir discutir com o condutor da outra viatura que está a ocupar a sua faixa de rodagem.

No meio de toda esta confusão e alarido, os trabalhadores das obras riem que se fartam, mais um espetáculo gratuito oferecido pelo Serviço de Trânsito setubalense, aquele mesmo que tinha anunciado que durante o período de obras o tráfego apenas se iria processar nesta avenida no sentido sul/norte, mas que passadas algumas semanas de obras, a meio do jogo, alterou as regras voltando o mesmo a processar-se nas duas faixas e vamos lá nós saber porquê…

Finalmente chegou um carro patrulha da Polícia de Segurança Pública que conseguiu “furar” o bloqueio e um agente regularizou o tráfego enquanto as viaturas abalroadas eram retiradas da faixa de rodagem.

Mal feito! Com este calor trabalhar nas obras não é pera doce e agora que o pessoal estava a ter mais um espetáculo à borla, chegaram os desmancha-prazeres…

Lembrei-me logo dos antigos filmes passados no Casino Setubalense, quando estávamos na melhor parte do filme partia-se a fita e o pessoal tratava logo de gritar o mais alto que podia “marreco!...marreco!...”

Rui Canas Gaspar
2016-julho-01

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