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domingo, 8 de maio de 2016

As Marchas já estão a ensaiar

Já está disponível para podermos escutar aqui no youtube em https://www.youtube.com/watch?v=lYV6KwaZUOI    a Grande Marcha de Setúbal 2016, com letra de José Condença, música de José Condinho e voz de Ivone Dias.

Setúbal tem tradição na organização de marchas dos Santos Populares e de ano para ano elas atingem uma maior popularidade e brilhantismo.

Vale a pena recordar a propósito o nascimento da Palhavã, conforme descrevi no livro “Setúbal – Gente do Rio Homens do Mar”.

“Estávamos em 22 de junho de 1936, quando o grupo composto por Félix Santana, João Rodrigues, Manuel Nabiça, Eduardo Reis, João das Dores e Adelino Bangué, reunidos à volta de uma das mesas da Taberna do Nabiça, tomaram a decisão de formar um grupo a que dariam o nome de Rancho Folclórico da Palhavã, escolhendo para seu patrono São João, um dos tradicionais santos populares portugueses.

Na génese da formação deste grupo esteve o facto de meses antes se terem organizado em comissão com o objetivo de engalanarem algumas ruas do Bairro Libertário (Palhavã) e de organizarem uma marcha popular conforme iniciativa da Câmara Municipal de Setúbal que decidiu promover e apoiar as comissões de bairro, atribuindo-lhes a responsabilidade pela organização e dinamização deste tipo de festa verdadeiramente popular.

Para apoiar esta iniciativa, a Câmara Municipal fornecia às comissões de bairro, os mastros, as bandeiras e a necessária iluminação elétrica para dar mais brilho aos arraiais. E foi assim que naquele ano de 1936, na zona da Palhavã, a Rua José Carlos da Maia foi lindamente engalanada.

Fruto desta iniciativa da Autarquia nasceriam assim as primeiras marchas sadinas compostas por diversos grupos identificados pelo local da cidade onde estavam instalados, a saber:

- Marcha dos Olhos d’Água
- Marcha da Rua Direita
- Marcha da Travessa da Saúde
- Marcha do Largo das Machadas
- Marcha do Largo da Palmeira

Os membros do novo clube ficaram tão entusiasmados com as marchas populares que vistosamente desfilaram na Avenida Luísa Todi que decidiram no ano seguinte apresentar a concurso a sua própria marcha.

Os moradores locais trataram de preparar os seus arcos e balões e confecionaram os trajes com que se iriam apresentar. Tudo isto foi feito com muito entusiasmo no primeiro andar do número 146 da Rua José Carlos da Maia, considerada por isso, a primeira sede do novo grupo.

E foi de forma alegre e bem colorida que os marchantes da Palhavã sairiam pela primeira vez, em 1937, cantando pela Rua José Carlos da Maia, ali bem perto da Igreja de Nossa Senhora da Anunciada, uma música da autoria de Emílio Ferreira com letra de António Alves da Mota.”

Rui Canas Gaspar
2016-maio-08

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