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quarta-feira, 23 de setembro de 2015

O fantasma do Hotel Esperança

Já lá vai meio século quando o rapaz de apenas 10 anos de idade fazia a ronda naquela noite pelo interior do Hotel Esperança.

No quarto andar o corredor estava dividido por uma porta que separava a zona de serviço das dos clientes.

Ele ia andando, pelo solitário e silencioso corredor. Olhava frequentemente para trás, porque a informação que circulava entre os empregados do recém-renovado edifício é que haveria por ali algo de esquisito, alguma coisa relacionado com fantasmas.

O rapaz lá ia andando silenciosamente pelo longo corredor, quase borrado de medo, mas tinha de passar pelos postos de controlo onde existia uma chave que acionava o relógio que transportava a tiracolo preso por uma correia e provava a hora que a ronda tinha sido feita.

Tinha deixado o 4º piso para trás, quando já na escada de acesso ao 5º quase ficou sem respiração quando escutou o estrondo de uma porta a bater. E mais forte bateu o seu pequeno coração com o medo que sentiu. Este era o mesmo misterioso som que os colegas mais velhos escutavam também quase todas as noites.

Por isso mesmo, alguns começaram a fazer a ronda armados de pistola, não se fossem deparar com o já infelizmente famoso fantasma do Esperança.

Um dia, alguém conseguiu descobrir o fantasma, quando o apanhou em flagrante.

Afinal tudo não passava de uma porta de separação no 4º piso cuja mola tinha pouca força, levando algum tempo a fechar a porta e no final acionava com força ocasionando aquela situação.

O pequeno Rui Marçal era grumete, tinha entrado ao serviço do hotel com apenas 9 anos de idade e a sua principal missão era entregar as mensagens aos clientes e fazer alguns trabalhos de apoio e nessas atribuições não estavam incluídos os contactos com fantasmas.

Rui Canas Gaspar
2015-setembro-23

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