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sexta-feira, 25 de setembro de 2015

Chegaram os bárbaros

Hordas de cavaleiros bárbaros vindos dos confins das estepes da Sibéria  desciam velozmente a avenida sem sequer olharem para o Alegro à sua direita. Tudo indiciando que vinham com objetivo bem definido.

Alguns deles pararam apenas no final da avenida olhando para a quinta que se encontrava em frente. A casa estava desabitada, os seus ocupantes tinham fugido quando tiveram notícia que o espaço ia ser invadido. Os bárbaros não perderam tempo e lançaram fogo ao edifício.

As hordas que lhes seguiram arrasaram completamente o que dela restava não deixando qualquer rasto a não ser o mirante.

Pouco tempo depois chegou o chefe dos bárbaros, saltou do cavalo, olhou para a torre e apontando o dedo na sua direção pronunciou a sua sentença: - “Não vale nada, está velho, não a podemos levar para a nossa terra. Deitem aquilo ao chão!”.

Os nativos imploraram que não o fizesse, porém o poderoso chefe olhou-os com ar feroz e virou-se para os seus guerreiros como que confirmando a sentença.

E logo um grupo dos seus seguidores, sem questionar fosse o que fosse decidiram-se a derrubar a tal torre que para o chefe nada valia e que para eles, seus incultos e cegos apaniguados era coisa velha.

A facilidade como os bárbaros tinham invadido aquelas terras prendia-se com acordos secretos que anteriormente tinham estabelecido com os nobres proprietários, prometendo-lhes benesses em troca da ocupação.

Sentia-me cansado, com tantas voltas e reviravoltas na cama até que finalmente acordei.

Mas que raio de sonho tive esta noite! Será que a tal torre ainda lá está e os bárbaros vindos dos confins da Sibéria não passaram de um pesadelo? Claro que está. Os sonhos não derrubam torres, os homens sim, ou será que não vimos ainda há poucos meses, pela televisão, outros bárbaros a derrubarem o vetusto Templo de Palmira, na Síria?

Pode parecer exagero a comparação, mas cá pela nossa terra diz-se que: “tanto ladrão é o que rouba um tostão como aquele que rouba um milhão”.

Vou voltar para a cama. Vá lá que tudo isto não passou de um sonho ruim! Ou será que é um mau presságio?

Rui Canas Gaspar
2015-setembro-25

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