notícias, pensamentos, fotografias e comentários de um troineiro

sábado, 30 de maio de 2015

Obrigado D. Helena

Bem sei que os nomes próprios não se traduzem, por isso deveria chamar Helen e não Helena, mas assim acho que fica melhor, mais familiar, mais perto de nós!...

Durante a minha vida tenho conhecido muita gente boa e generosa, também tenho conhecido pessoas egoístas, avarentas e que falam mal de tudo e de todos.

No sábado 29 de maio de 2015 enquanto observava no “palanque” do Banco de Portugal (Galeria Municipal) o cortejo juvenil que desfilava na Avenida Luísa Todi, por baixo de mim parou uma distinta senhora, já idosa, acompanhada por um cavalheiro bem mais novo.

Reparei que era estrangeira e pensei que talvez fosse a responsável pela Fundação que apoiou financeiramente o Festival de Música de Setúbal, até porque, de vez em quando era alvo da atenção dos fotógrafos dos nossos média que por lá andavam.

De facto a senhora Helen Hamlyn, viúva de Paul Hamlyn dirige a Fundação que apoia financeiramente o Festival de Musica de Setúbal, para além de em devido tempo ter vindo a público que é esta Fundação que irá subsidiar as importantes obras a levar a efeito no Forte de Albarquel, cedido pelo Estado à Câmara Municipal de Setúbal.

Paul Bertrand Wolfgang Hamburguer, seu falecido marido, nasceu em Berlim em 1926 e mudou-se para Londres em 1933 com a sua judaica família. Tendo ficado conhecido como um grande filantropo.

Uma das missões da Paul Hamlyn Foundation é ajudar as pessoas a perceber o seu potencial e a desfrutar de uma melhor qualidade de vida, agora e no futuro.

A Fundação opera não só em Inglaterra como no estrangeiro, sobretudo na Índia e agora que vem dar o seu apoio a Portugal, como setubalense não quero deixar de agradecer a boa vontade e a generosidade de que eu e os meus conterrâneos somos alvo.

Obrigação de fazer alguma coisa pela nossa terra temos todos, sobretudo aqueles setubalenses que foram bafejados com a sorte de terem algum dinheiro. Porém todos conhecemos vários casos que nos envergonham dado que são setubalenses proprietários  de importante património histórico que nem o arranjam nem o deixam consertar.

Daí, que continuo a defender que setubalense não é aquele que aqui nasceu mas aquele que aqui amou e apoiou a terra onde nasci tal como os meus antepassados.

Obrigado D. Helena, pelo apoio que nos deu e continua a dar.
Setúbal ficará mais bonita e mais alegre graças ao seu contributo e não tenho dúvidas que os verdadeiros setubalenses lhes estarão gratos.

Rui Canas Gaspar
2015-maio-30
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sexta-feira, 29 de maio de 2015

No seu próprio interesse usufrua das coisas de Setúbal

Quando eu era um jovem escuteiro, o sábio chefe Joaquim Oliveira incentivou-me a cantar, tal como o fez com milhares de outros jovens que tiveram o privilégio de o ter como dedicado dirigente e diligente educador.

Por isso mesmo as canções escutistas e populares eram ouvidas frequentemente na nossa sede, cantávamos à volta da fogueira, nos nossos “fogos de conselho” nos muitos acampamentos e cantávamos nas caminhadas de mochila às costas, para que não se notasse as dores nas pernas.

E dizia o Chefe Joaquim: “Um povo que não canta é um povo triste e um povo triste é um triste povo”.

De facto, pelas nossas bandas, hoje é raro ouvir-se uma boa gargalhada e um caso raro ouvirmos alguém cantar enquanto trabalha, ou mesmo nos seus momentos de lazer.

A música é indispensável para o equilíbrio emocional do ser humano e viver sem ela é de facto como viver nas trevas daí que frequentemente me lembre desta célebre máxima proferida por aquele velho chefe, que felizmente ainda se encontra entre nós.

Hoje, sexta-feira 29 de maio de 2015 tive a oportunidade de ver passar pela Avenida Luísa Todi um desfile de centenas de crianças e jovens setubalenses, evento integrado num outro bem mais vasto que dá pelo nome de Festival de Música de Setúbal.

E é por isso mesmo que vos convido a consultar o programa deste magnífico evento de modo a que possam aproveitar ao máximo o que Setúbal presenteia a todos os que nos visitam ou estão por cá, independentemente dos seus gostos e do escalão etário a que pertençam.

No vosso próprio interesse aceitem o convite  e usufruam do que Setúbal tem para oferecer, porque como aconselhou  o Chefe Joaquim,  “Um povo que não canta é um povo triste e um povo triste é um triste povo”. E se não cantam pelo menos usufruam da música que esta terra tem para vos oferecer.

Rui Canas Gaspar
2015-maio-29

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terça-feira, 26 de maio de 2015

Barco EVORA “embaixador” das Mais Belas Baías do Mundo

Durante vários meses o barco EVORA tem vindo a sofrer obras não só de manutenção mas sobretudo importantes melhoramentos ao nível da sua funcionalidade, bem como tem vindo a ser alvo de uma completa renovação dos seus espaços interiores, de forma a adaptá-lo às novas tarefas para que o seu armador o tem destinado.

Quanto à decoração, tenta-se aproximar mais do original, bem como torná-lo num espaço de exposições itinerante, destinado não só ao lazer mas também à cultura.

Agora quando o visitante entrar no EVORA já pode conhecer toda a sua história, dado que painéis com esse objetivo já ali se encontram colocados. Também pode apreciar algumas peças históricas, tais como o símbolo da CP que ostentava na sua chaminé.

As vigias do barco, que tinham servido os submarinos alemães, estão agora mais em destaque e as mesas foram transformadas de forma a poderem servir também como expositores.

No amplo salão, grandes espelhos com molduras douradas ricamente trabalhadas dão-lhe ainda mais charme e fazem ressaltar a soberba garrafa de louça fabricada pela conceituada Vista Alegre e que receberá o EMBARCADO, o néctar que há alguns anos serve de lastro ao barco. O generoso moscatel roxo setubalense.

E é assim com estas novas roupagens que o EVORA se vai apresentar no Rio Tejo, onde servirá como principal barco de apoio ao mais importante evento náutico mundial, pela segunda vez.

A VOR (Volvo Ocean Race) trará a Lisboa largos milhares de pessoas  de todo o mundo, para assistirem à “fórmula 1 dos mares”, um evento considerado pelo Governo Português como sendo de  Interesse Público.

Mas o EVORA reserva ainda outra surpresa, ele vai ser o maior embaixador das mais belas baías do mundo e por isso mesmo vai ter patente uma excelente e completa exposição sobre esta temática, com naturalmente a setubalense “baía dos golfinhos” em destaque.

Milhares de pessoas terão oportunidade de visitar na capital portuguesa este barco histórico e as suas exposições. Depois da VOR o barco retornará  ao porto de Setúbal onde teremos oportunidade de o visitar ou mesmo fazer nele um dos muitos cruzeiros no Sado agendados para este ano.

Talvez a mais interessante saída do EVORA seja aquela em que ele se irá  integrar nos cortejos da Festa de Troia e esta será uma oportunidade soberba para desfrutar do charme do “velho Senhor do Tejo” que para os setubalenses mais não é do que o seu “Cisne Branco do Sado”.

Rui Canas Gaspar
2015-maio-26

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quinta-feira, 21 de maio de 2015

Setúbal mais bonita

Hoje pela manhã tive de ir tratar uns assuntos na baixa de Setúbal e verifiquei uma desusada azáfama, compreensível atendendo a que no sábado se irá comemorar os 500 anos do Foral Manuelino entregue a Setúbal.

O programa contempla um conjunto de ações de rua que certamente atrairão milhares de setubalenses à baixa para ver os espetáculos e certamente para fazerem algumas compras de ocasião nas lojas comerciais daquela histórica zona da cidade.  

Hoje eram já alguns os turistas que por ali andavam. Eu meti conversa com um pequeno grupo de língua francesa e tive oportunidade de os encaminhar para a loja “COISAS DE SETÚBAL” (nada tem a ver com o grupo do facebook com a mesma designação) a funcionar no rés-do-chão dos Paços do Concelho, no sentido de ali poderem obter mais informação sobre a cidade e eventualmente poderem adquirir alguma recordação.

Mas o que me deixou bem satisfeito foi ver já pintados os candeeiros na Rua da Velha Alfândega, enquanto um operário camarário com uma máquina elétrica lixava os bancos públicos, provavelmente para os envernizar seguidamente.
Uma outra equipa de calceteiros ia reparando cuidadosamente alguns buracos nas ruas artisticamente pavimentadas.

Outra equipa atarefava-se a limpar o bonito lago de forma a que pudesse ser de novo cheio com água limpa e toda aquela zona ajardinada ficasse mais agradável.

Vi também mais uma equipa a colocar as armações onde serão hasteadas as bandeiras e onde serão erigidas as tendas medievais e outros equipamentos próprios para a festa que se vai realizar.

Finalmente pude apreciar dezenas de novas floreiras já dependuradas nas varandas das casas dando um ar muito mais alegre a todo aquele vasto espaço, enquanto uma outra equipa se atarefava a colocar muitas outras pelas varandas das ruas circundantes.

Não tenho quaisquer dúvidas que no sábado quem for à baixa de Setúbal, munido de máquina fotográfica, vai ter muito para fotografar e um bom programa para se divertir e também para aumentar os seus conhecimentos culturais.

Mais uma vez Setúbal está de parabéns e mais bonita e só não vê isso quem não quiser ver.

Rui Canas Gaspar
2015-maio-21

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domingo, 17 de maio de 2015

O quadro que não pode ser retirado

A moldura encontra-se dependurada sobressaindo o desenho que um talentoso artista setubalense um dia rabiscou, gravando ali a imagem do dono daquele espaço, uma outra não menos talentosa e bem conhecida figura da nossa terra.

Muitos dos mais antigos setubalenses reconhecerão aqui a imagem de Francisco Finura, o operário especializado em trabalhos não especializados. Provavelmente não serão assim tantos que reconhecerão o traço do pintor Rogério Chora, ele próprio o autor deste trabalho, embora não o tivesse assinado.

Se por acaso desejar comprar este quadro não o poderá fazer é que ao contrário do que possa imaginar não terá força suficiente para o carregar.

O desenho foi feito diretamente na parede da oficina/fábrica de Francisco Finura e a moldura destina-se a isso mesmo, a circunscrever o espaço onde Rogério Chora gravou a imagem daquele popular setubalense. Um homem que já não se encontra entre nós e ainda sem direito a ver o seu nome numa qualquer artéria da cidade que o viu nascer.

Francisco Finura não foi um homem qualquer, foi um setubalense ímpar, independentemente dos seus muitos ofícios, dos seus mais variados talentos, tão usados e abusados, foi uma figura emblemática desta cidade.

Mas, mais do que isso, ele foi um herói, um homem que salvou algumas dezenas de vidas resgatando-as das águas, o que lhe valeu ser condecorado pelo Instituto de Socorros a Náufragos e, só por esse facto, já merecia ser lembrado pelos seus conterrâneos.

Sendo assim, e porque o quadro não pode sair da sua oficina, localizada num largo ainda sem nome, algures na Quinta Alves da Silva, que a Autarquia dele se possa lembrar, atribuindo àquele espaço o nome de um homem que serviu a cidade de uma forma como poucos o fizeram.

Rui Canas Gaspar
2015-maio-17

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sexta-feira, 15 de maio de 2015

Setúbal tem condições para ser uma potência turística

Ao longo da minha vida tive oportunidade de visitar algumas dezenas de locais nos mais diversos pontos do mundo, da Rússia aos Estados Unidos, de Israel a Cuba, passando naturalmente por diversas outras nações europeias, africanas e asiáticas.
Em todos os locais por onde andei não vi apenas coisas perfeitas, não vi somente gente abastada, não vi somente coisas bonitas, vi de tudo um pouco!
Em função do que pude observar conclui que Portugal em geral e Setúbal em particular foi bafejada com a sorte de ter características ímpares que com um pouco de trabalho e algum jeitinho a podem colocar no topo do turismo internacional.
Tenho para mim que esta linda região tem sido uma espécie de patinho feio daquela “Grande Lisboa” quando nada temos a ver com a tal margem Sul, (marginalizada) devendo-nos apresentar orgulhosamente como aquilo que efetivamente somos, a bela região sedeada na margem norte do Sado.
Com o calor eles começaram a chegar como andorinhas e logo pela manhã tive oportunidade de apreciar um grande grupo de turistas de língua inglesa que se dirigiam para um dos mais belos mercados portugueses, o nosso Mercado do Livramento.
A seguir ao almoço, foi a vez de me cruzar com mais de uma centena de jovens adolescentes espanhóis que se dirigiam para o centro de canoagem no Parque Urbano de Albarquel.
Setúbal tem todas as condições para se tornar num local de atração turística nacional e internacional, onde os turistas possam acorrer aos milhares. Saibam os setubalenses colaborar, recebendo bem quem nos visita, alindando os seus espaços de residência, sendo interventivos pela positiva e procurando deixar o espaço onde residem ou trabalham sempre melhor do que o encontraram.
Saibam os nossos governantes, autarcas que nos governam e aqueles dos partidos da oposição trabalhar efetivamente em prol da nossa terra colocando o coletivo acima de interesses pessoais ou partidários.
Saibam as outras forças com capacidade interventiva, nomeadamente a Administração dos Portos de Setúbal e Sesimbra e o Parque Natural da Arrábida e do Estuário do Sado ajudar a desenvolver este espaço que nos viu nascer.
Queiramos todos fazer a nossa parte, cada um segundo as suas forças, capacidades e talentos e não terei quaisquer dúvidas, porque é mais aquilo que nos une que o que nos divide enquanto setubalenses, que a nossa terra que tem conhecido um desenvolvimento como há muito não se via, poderá a curto prazo ser uma referência turística não só a nível nacional como até internacional.
Posso estar enganado, posso estar a ser utópico, mas estou em crer que com o empenhamento de todos os setubalenses, acredito sinceramente que o que acabei de dizer pode ser uma realidade, porque efetivamente esta nossa região tem boas pernas para andar.
Rui Canas Gaspar
2015-maio-15
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quinta-feira, 14 de maio de 2015

Feios, Porcos e Maus

Provavelmente este é o filme mais conhecido entre os portugueses do realizador Ettore Scola, bem como o seu melhor trabalho, vencedor do prémio, para melhor realização, no Festival de Cannes 1978.

Mas, se eu tivesse de atribuir um título a outro “filme” que vi hoje em Setúbal, provavelmente seria esta a designação que também lhe daria pelos seguintes motivos:

FEIOS - Porque os protagonistas certamente não gostarão de lindas flores, de espaços exteriores arranjados e bonitos e, como tal, se não gostam destas coisas deverão ser naturalmente feios.

PORCOS - Sem qualquer ofensa para os suínos. Mas se vêm deitar os restos dos fogareiros na via pública, ao lado de contentores, em cima de um novo revestimento que ainda se encontra em execução, a classificação não poderá ser mais adequada.

MAUS – Pois quem é que pode ser bom para os outros se nem para si o é? Ao fazer continuadamente este trabalho está a denegrir a imagem dos seus colegas da restauração que nada têm a ver com o assunto.

Pois é, estou a falar das obras de arranjo exterior que se encontram em curso no parqueamento junto aos cacifos dos pescadores.

O espaço da responsabilidade da APSS começou a ser alvo de embelezamento com a colocação de flores, e do arranjo artístico com pedra-pomes no espaço entre o passeio e o parque de estacionamento.

Mas, por incrível que pareça o mesmo restaurante que antes colocava as cinzas do fogareiro em cima da terra, ao lado dos contentores, foi agora colocar em cima da negra pedra-pomes, enquanto os trabalhadores que estão a tratar daquele espaço se encontravam ausentes.

Uma falta de respeito pelo trabalho dos outros, um desrespeito pelos demais cidadãos e uma não menos falta de respeito para com os próprios colegas de restauração.

Tive oportunidade de assistir à manifestação de indignação dos trabalhadores que tratavam daquele espaço quando verificaram que o trabalho que ainda não tinham concluído já se encontrava vandalizado por quem o deveria preservar.

Tive oportunidade de escutar da boca de outra pessoa que frequenta o local a indicação do nome do restaurante que é useiro em fazer este sujo trabalho.

Mas, o melhor a que assisti foi, um casal que participou na troca de impressões entre o pequeno grupo de indignados ao saber o nome do restaurante, e sendo para lá que se dirigia para almoçar, de imediato disse alto e bom som que não mais lá voltaria.

Não podemos generalizar e eu também não o vou fazer, mas que há por aí muita miséria engravatada que não passam de seres Porcos, Feios e Maus, lá disso não tenho dúvida.

Rui Canas Gaspar
2015-maio-15

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quarta-feira, 13 de maio de 2015

“É prá manhã, bem podias fazer hoje”


A foto é da autoria de António Cunha Bento, um empenhado e bem conhecido setubalense que a publicou no facebook, no grupo da Liga dos Amigos de Setúbal e Azeitão, com a seguinte nota:

 “É claro que somos leigos, mas... não somos cegos. Este é o estado em que se encontra a torre de São Julião. Já foram alertadas as entidades há algum tempo. O pior é se um dia... a "casa cai"!

De facto, não me parece que seja necessário ser um grande entendido na matéria para se constatar que o estado em que se encontra aquela parte da edificação está por demais perigosa.

Poderão dizer os “entendidos” que aquilo já está assim há bastante tempo. É verdade! Como também é verdade que a opinião pública já foi alertada por mais do que uma vez, por diversos canais, tal como as autoridades responsáveis.

Em meu entender, a entidade ou entidades que têm responsabilidade sobre esta edificação deverão, se é que já não o foram, ser urgentemente notificadas pelos serviços de fiscalização camarários, ou pela Proteção Civil Municipal e, em última análise, dada a importância histórica da edificação e o perigo que ela representa deverá a Autarquia avançar com a obra de consolidação, com caráter de urgência, apresentando depois a conta a pagamento a quem de direito.

O facto é que se um destes dias houver notícia de alguma tragédia em pleno centro de Setúbal ocasionada pela queda total ou parcial da torre ninguém com responsabilidade poderá assobiar para o lado dizendo que ignorava o estado desta edificação religiosa.

Há que atacar o problema enquanto é tempo, porque neste como em tantos outros casos como este hoje já é tarde e amanhã… Bem, amanhã, será como cantava o saudoso António Variações “É prá manhã, bem podias fazer hoje, porque amanhã não sabes se vais cá estar”.

Rui Canas Gaspar
2015-maio-13

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terça-feira, 12 de maio de 2015

É tempo de dar bom uso ao “Quiosque do Conhecimento”

Penso que nunca será demais elogiar o Parque Urbano de Albarquel pela mais-valia que ele representa para a população setubalense e seus visitantes de todas as classes sociais e de todos os escalões etários.

Porém, e como não há bela sem senão, hoje quero referir aqui, mais uma vez, uma situação que me preocupa e que já tenho partilhado com diversos amigos, os quais estão de acordo comigo na sua generalidade.

Trata-se da ausência de uma pequena biblioteca onde os utentes do PUA   possam requisitar um livro, jornal ou revista de modo a poderem melhor usufruir de uns agradáveis momentos de leitura naquele parque, a exemplo do que já se faz em muitos outros espaços públicos do nosso país.

Para a implementação desta mais-valia não é necessário gastar dinheiro, basta dar uso ao semiabandonado “Quiosque do Conhecimento” que lá se encontra praticamente inoperacional.

Para a concretização do projeto, colocar-se-ia no seu interior umas prateleiras ou armários metálicos que certamente existirão nos armazéns camarários, far-se-ia deslocar para ali alguns dos muitos livros que se encontram excedentários na Biblioteca Municipal, colocar-se-ia no exterior as cadeiras e mesas de esplanada que estão dentro do quiosque e pouco mais que isso.

Para fazer a entrega e recolha dos livros, poderia ser uma simpática tarefa a atribuir a um dos patrulheiros, que certamente a desempenharia de muito bom grado.

Custa-me ver dispendiosas estruturas abandonadas ou com utilização precária quando existe falta de meios e o dinheiro é escasso.

Já na Primavera passada avancei com esta sugestão e o que de mais aproximado se fez foi no final do Verão uma pseudo-campanha de leitura na via pública, desbaratando-se dinheiro e consumindo recursos humanos. 

Colocaram-se uns ganchos metálicos nos bancos da Avenida Luísa Todi, sendo suposto ali deixar um livro ou revista para ser trocado. Não foi preciso ser adivinho para vaticinar o fracasso da iniciativa, devido à época, ao local e ao meio utilizado. A iniciativa pouco mais durou que uma semana!

Temos de ser realistas, objetivos e práticos e sobretudo dar bom uso ao que temos, gastando pouco dinheiro e sem entrar por projetos utópicos.

É pois altura de dar bom uso ao “Quiosque do Conhecimento” antes que ele fique de uma vez por todas definitivamente degradado, colocando-o de facto ao serviço do conhecimento que os livros proporcionam.

Rui Canas Gaspar
2015-maio-12
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domingo, 10 de maio de 2015

Será que queremos mesmo ter turismo em Setúbal?

De que serve estarmos a promover a nossa região interna e externamente, gastando largos milhares de euros na sua divulgação se não temos capacidade para investir algumas poucas centenas na qualidade do produto que nos propomos comercializar?

Quando estamos a vender a imagem desta belíssima região, mostramos os poucos monumentos que temos, publicitamos a saborosa gastronomia e os vinhos regionais e sobretudo as nossas magníficas belezas naturais.

Aqueles a quem conseguimos cativar o interesse deslocam-se aqui para apreciar ao vivo aquilo que é anunciado, o que é naturalmente legítimo e expectável. O que não é legítimo é defraudar as expectativas de quem aqui se desloca propositadamente.

Por exemplo:

Não é legítimo publicitar o nosso saboroso peixe assado e haver alguns comerciantes que nos tentam servir impunemente peixe congelado de vários dias misturado com peixe fresco.

Também não será boa propaganda turística deixarmos que as largas centenas de auto caravanistas que nos visitam anualmente não tenham espaço próprio para parquear as suas viaturas, pagando ou não a ocupação do respetivo espaço.

Igualmente não faz qualquer sentido apontarmos como visita obrigatória a nossa maravilhosa Serra da Arrábida e, já lá vão não sei quantos anos, que os poucos miradouros existentes no alto da serra se encontram no miserável estado que a foto documenta.

Há coisas que são de fácil resolução e ao não serem resolvidas fazem potenciar o fator negativo que nada vai abonar o turismo e como tal em nada irá contribuir para uma boa imagem que se deseja.

As consequências são fáceis de adivinhar:

- Os “chicos espertos” que servem peixe congelado como sendo fresco acabam por perder clientes e cedo ou tarde terão de fechar a tasca, culpando a “crise”.

- A Autarquia sadina que ainda não investiu na construção de um espaço próprio para as autocaravanas, uma fonte de receita que rapidamente compensaria o investimento, perde dinheiro todos os dias e turistas que pouco tempo por cá ficarão.

- O Parque Natural da Arrábida deve ter umas finanças tão miseráveis que ainda não conseguiu adquirir três ou quatro metros cúbicos de alcatrão para reparar convenientemente os miradouros, transmitindo assim uma imagem de desleixo e de falta de profissionalismo dos seus responsáveis.

O tempo quente chegou e com ele os turistas. Saibamos recebê-los bem e saibamos solucionar os pequenos problemas que se colocam ao setor de forma eficiente e célere, porque os tempos que correm não se compadecem nem com gente mole, nem com chique-espertice.

Rui Canas Gaspar
2015-maio-10

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sexta-feira, 8 de maio de 2015

Parabéns presidente Dores Meira pelos sete aninhos do P.U.A.

O Programa Polis aprovado em 15 de maio pela Resolução do Conselho de Ministros 26/2000 tem como objetivo promover a qualidade de vida nas cidades, melhorando a atratividade e a competitividade dos polos urbanos.

Era Presidente da Câmara Municipal de Setúbal, o socialista professor Manuel da Mata de Cáceres, quando no Fórum Municipal Luísa Todi se reuniram os presidentes das Câmaras Municipais com intervenções previstas no âmbito deste inovador programa, conjuntamente com o Secretário de Estado do Ambiente, engenheiro José Sócrates.

Antes do encontro no Fórum Municipal, onde foi apresentado o programa, os convidados, autarcas e governante tiveram oportunidade de fazer um passeio a pé pela Avenida Luísa Todi, para melhor a conhecerem, local onde também se encontrava um quiosque informativo do Polis.

Tratava-se de uma enorme área que iria também ser intervencionada no âmbito do programa. Este encontro de Autarcas com o representante do Governo terminaria com um almoço (quase à hora do lanche) servido na Pousada do Forte de S. Filipe.

Em Setúbal, a primeira artéria a ser intervencionada e a obra a ser dada por concluída foi a renovação da Avenida Luísa Todi, embora com várias alterações ao inicialmente projetado.

No dia 9 de maio de 2008 nascia o Parque Urbano de Albarquel, a segunda grande obra do Polis setubalense, sendo então presidente da Autarquia a comunista Dra. Maria das Dores Meira.

O Parque Urbano de Albarquel recebeu nesse dia o presidente da sociedade Setúbal Polis e presidente da CCDR-LVT, António Fonseca Ferreira, assim como o secretário de Estado do Ordenamento do Território e das Cidades, João Ferrão.

Naquele novo espaço foi então descerrada uma lápide, em brecha da Arrábida onde o registo do evento foi gravado para que a memória dos homens dele não mais se esquecessem.

O P.U.A. como carinhosamente os setubalenses gostam de o chamar foi de facto a mais emblemática e consensual obra levada a efeito na cidade nos últimos anos, tendo transformado cerca de quatro hectares no seu extremo, na base da Serra da Arrábida, num local aprazível para toda a família, onde não faltam as necessárias infraestruturas de apoio.

Esta foi a primeira de outras obras que visam devolver o rio à cidade resultando numa ampla zona marginal ao longo do Sado, vocacionada para o lazer, o desporto e o turismo.

Em 23 de junho de 2012 outra faze seria inaugurada, desta vez a frente ribeirinha poente, via desaparecer barracões para dar lugar a amplos relvados, um quiosque e uma obra de arte com motivo de um navegador apontando para poente.

Pouco depois, era a vez do público setubalense poder usufruir do areal da Praia da Saúde.

Neste momento apenas falta concluir a demolição das antigas instalações da Sadonaval e ali edificar o “terminal 7”, recuperando urbanisticamente aquele lote de terreno entre a Praia da Saúde e o P.U.A.

Tenho para mim que um dos segredos do sucesso deste espaço, para além da sua indiscutível beleza e funcionalidade, passou pela sensação de segurança dada aos seus utilizadores. É bom lembrar que o parque era patrulhado à noite por agentes da PSP e durante o dia pelos patrulheiros, os reformados de Troino, que representaram desde sempre uma mais-valia para o P.U.A.

Se o que falta fazer for concluído durante a vigência da atual presidente da Câmara, será sem dúvida o nome dela que ficará indissociavelmente ligado a todo este projeto de recuperação ribeirinha, desde o P.U.A. até às imediações da Doca dos Pescadores, a artéria que agora se designa por Avenida José Mourinho.

Não quero deixar passar a oportunidade, neste dia para mim tão importante do ponto de vista familiar e em que se assinala também o nascimento do P.U.A. de dar os parabéns à presidente Dra. Maria das Dores Meira e a todos aqueles que tiveram a ideia, se empenharam antes e durante a construção, não esquecendo aqueles que a concretizaram, mantendo este espaço como certamente todos nós gostamos.

Rui Canas Gaspar
2015-maio-09

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quinta-feira, 7 de maio de 2015

Quem nasce torto, tarde ou nunca se endireita!

As obras na via pública, que têm vindo a ser levadas a efeito em Setúbal, nestes últimos tempos, tem sido uma completa desgraça ao nível da sua coordenação, originando elevados transtornos a quem tem de enfrentar o trânsito citadino.

Neste momento mais uma dor de cabeça foi colocada aos automobilistas. Desta vez o problema tem o cerne entre a Avenida da Europa e a dos Ciprestes e, por se tratar de um ponto fulcral reflete-se também nas vias que para ali confluem.

Filas intermináveis, ambulâncias que têm dificuldade em circular, perdas de tempo e gastos de combustível desnecessário não aconteceriam se houvesse um pouco de bom senso, alguma fiscalização e porque não, também um pouco de profissionalismo.

As obras são importantes, são necessárias e naturalmente causam transtornos, todos nós sabemos disso! Mas não é isso que se contesta.

O que de facto não entra na cabeça de ninguém é que se façam obras desta envergadura sem colocar uns painéis informativos, sem se colocar agentes de trânsito da P.S.P. a regular o tráfego e mais elementar ainda é não se desligar os semáforos que em vez de controlar ainda complicam mais esta inexplicável situação.

Porque os semáforos estão ligados como se tudo estivesse a decorrer de forma normal, acontece que numas vias estão filas com centenas de metros e quando abre o sinal verde entra-se noutras completamente desimpedidas.

Até agora ainda ninguém conseguiu compreender porque e como se deixa a empresa que está a levar a cabo esta empreitada proceder desta arrogante maneira, ignorando os utentes da via pública, num total desrespeito e falta de profissionalismo, que só não vê quem não quer ver.

Aqui na nossa terra costuma-se dizer que “tanto ladrão é quem vai à laranja como aquele que fica a ver se aparece o guarda” se calhar o ditado cai que nem uma luva para ilustrar os que fazem a asneira e os que os que a deixam fazer, ou seja o empreiteiro e o dono da obra.

Gostaria, tal como muitos dos meus conterrâneos, saber até quando continuaremos a ver em Setúbal obras desta envergadura, sem qualquer tipo de coordenação.

Provavelmente só quando as mesmas chegarem ao fim!...

Rui Canas Gaspar
2015-maio-07

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quarta-feira, 6 de maio de 2015

O “Cisne branco do Sado” deslizou hoje pelas águas do nosso belo rio azul

A primaveril tarde de hoje dia 6 de maio deste ano de 2015 estava bem agradável. O nosso belo rio azul apresentava-se de águas calmas com a baía dos golfinhos mais parecendo um verdadeiro espelho.

Eu deslizava serenamente rio abaixo depois de vários meses atracado ao cais nº 1 onde dedicados companheiros têm vindo a tratar de mim embelezando-me de modo a que me possa apresentar com novo visual, mais próximo daquele original com que saí dos longínquos estaleiros de Kiel, na Alemanha.

Neste primeiro dia de temporada tive o privilégio de transportar os mais velhos setubalenses, residentes na Freguesia de São Sebastião, provavelmente a maior parte deles antigos homens do mar, varinos, e elas, antigas “mulheres da fábrica”, as laboriosas conserveiras  sadinas.

Em terra, eram muitos aqueles que me apreciavam, deslizando sobre as águas qual cisne branco do Sado e, curiosamente enquanto eu passava junto ao P.U.A. cerca de uma dezena de jovens estudantes preparavam-se para se fazer às águas do nosso Sado, nos pequenos caiaques.

Setúbal é terra de gente do rio e de homens do mar!

Foi um dia muito interessante e espero que muitos outros se repitam. De facto são poucos ou nenhum os setubalenses ligados direta ou indiretamente ao nosso belo Sado que não gostam de me ver e fotografar, comentando com os amigos: - Este é o EVORA, o mais antigo barco fluvial português movido a diesel. Ele foi também o primeiro a utilizar hélices de aço inoxidável e é rijo que se farta. Pudera, foi construído com chapas de aço de antigos tanques alemães que combateram na Primeira Guerra Mundial!

Não sou vaidoso, mas lá que tenho um certo charme, lá isso tenho, depois… se não for eu a gostar de mim quem gostará?

Rui Canas Gaspar
2015-maio-06

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terça-feira, 5 de maio de 2015

Iniciou-se em Setúbal a construção de um lar de terceira idade

Discretamente, até porque o local não é propriamente de passagem, começou a edificação de um importante e grande edifício destinado a acolher algumas dezenas de setubalenses que por se encontrarem no inverno da vida e não disporem do necessário suporte familiar poderão encontrar ali o seu último lar.

A construção a cargo da empresa COMPROJECTO tem um total de mais de 3.600 M2, encontra-se implantada num espaço que ocupa mais de mil e quinhentos metros quadrados e desenvolver-se-á em dois pisos acima da cota de soleira e mais um abaixo da mesma cota.

A edificação promovida por uma entidade particular é destinada a um lar de terceira idade e é seu promotor a empresa “TEMAS DA VIDA, LDA.” com sede em Palmela, na Villa Mariyah, local onde também possui uma das suas unidades de apoio à terceira idade.

O novo equipamento fica localizado praticamente nas traseiras do call-center, perto do Centro Comercial Alegro.

Todos notamos a carência deste tipo de equipamento quer público, quer privado, porquanto a esperança de vida entre os portugueses tende a aumentar e o apoio familiar é cada vez menor, fruto da baixa natalidade e da ausência de uma estrutura familiar consistente que possa cuidar dos seus idosos.

Conforme o Estado investiu numa rede de estabelecimentos destinados ao ensino pré-escolar é minha convicção de que deveria fazer o mesmo para apoiar aqueles cidadãos de menores recursos financeiros e que não possam suportar os encargos financeiros com uma unidade privada, sabido que estas unidades nunca serão baratas atendendo aos elevados custos de operação e manutenção.

Por tudo isto, regozijo-me com a iniciativa da construção desta unidade, cuja edificação foi agora iniciada na cidade do rio azul e que certamente virá colmatar, em parte, uma deficiência que aqui cada vez mais se faz sentir.

Rui Canas Gaspar
2015-maio-05

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domingo, 3 de maio de 2015

Já se luta no Bonfim para defrontar o dragão nortenho

O Futebol Clube do Porto vai tentar ganhar este jogo no Estádio do Bonfim para se aproximar do primeiro classificado, o Benfica. Por outro lado o Vitória Futebol Clube, vai dar o seu melhor para não descer de divisão.

Embora tratando-se de duas formações diferentes atendendo à quantidade e qualidade dos seus jogadores, o facto é que ambas estão na primeira liga e ambas vão ter o mesmo tempo, em pé de igualdade, para mostrar o que valem.

O espetáculo começou cedo, mesmo antes do dia dedicado à Mãe, que hoje se comemora em Portugal. Desde ontem que foram colocadas fitas frente ao estádio, para dar conta que esta artéria estaria hoje encerrada ao trânsito automóvel.

Os vendedores de bandeiras e os tradicionais comes-e-bebes começaram também eles, a instalar os seus equipamentos no exterior, entre o Parque do Bonfim e o Estádio.

Pessoal das empresas de segurança também entraram ao serviço, bem cedo, para controlar as entradas do recinto desportivo, que ainda antes do almoço já fervilhava de atividade.

Os profissionais da publicidade atarefavam-se a instalar as últimas tarjas publicitárias e os homens e mulheres das estações de televisão afadigavam-se a montar os equipamentos com os quais irão captar as imagens que chegarão a nossas casas.

É um autêntico batalhão de profissionais que arduamente trabalham muito antes do espetáculo começar e, certamente serão  muitos aqueles que não fazem ideia, ou simplesmente nunca pensaram na enorme quantidade de recursos materiais e humanos que comporta um espetáculo de futebol.

Quando daqui a algumas horas as duas equipas pisarem o bonito e bem tratado relvado do Estádio do Bonfim e os adeptos as aplaudirem vigorosamente iniciando-se o espetáculo, muitos outros profissionais já estarão bem cansados e com muitas horas de árduo trabalho realizado.

O importante desafio vem aí, a partir das 19,15 os adeptos irão torcer pelas respetivas formações e então pois que ganhe o melhor e, que esse melhor seja o ENORME.

É evidente que “prognósticos só depois do jogo” e embora ciente da desproporção de potencial, penso naquele relato bíblico quando o pequeno pastor de nome David derrotou o gigante conhecido por Golias. Sendo assim, porque não acreditar que conseguiremos fazer o mesmo com o gigantesco dragão nortenho?

Rui Canas Gaspar
2015-maio-03

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