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quinta-feira, 23 de abril de 2015

O Mercado do Bairro de Nossa Senhora da Conceição

O Estado Novo dispunha de um conjunto de projetos/tipo que lhe permitia executar obras, usando desenhos idênticos, introduzindo apenas pequenas alterações, poupando assim muito dinheiro em elaborados estudos e projetos.

Com este tipo atuação foram edificadas as Escolas do Ensino Básico que ainda hoje vemos um pouco por todo o país, edifícios como aqueles destinados ao Banco de Portugal, Escolas do Ensino Secundário e Liceus, Quarteis e até Bairros como aquele erigido em Setúbal e que foi batizado com o nome de Nossa Senhora da Conceição.

Numa antiga foto datada de 1942 podemos ver este bairro, tendo como vizinho o Bairro Santos Nicolau, onde curiosamente ainda eram visíveis alguns moinhos de vento.

E é neste bairro, com as suas características casas, “luxuosas” para a época em que foram construídas, que se encontra outra obra emblemática daquele período ditatorial: o Mercado do Bairro de Nossa Senhora da Conceição.

Trata-se de um belo edifício, construído propositadamente para ser um ponto de abastecimento de produtos frescos à população daquela zona da cidade.

Há longos anos que lá não ia e, quando a meio da semana ali entrei verifiquei que se trata de um espaço semideserto, podendo observar uma dúzia de comerciantes de ar tristonho junto às suas bancas de venda, mas sem que se visse por ali quaisquer clientes.

Pelo que constatei, cerca de metade das bancas das três alas do edifício encontram-se desocupadas sendo que uma inteira não está a ter qualquer utilização.

Espero ter passado por aquele local numa má hora e em dia de fraco movimento, caso contrário não sei se aquele emblemático espaço terá alguma viabilidade, tanto mais que agora o seu importante vizinho, o Restaurante Isidro dos Frangos, encerrou e se ele não era cliente estou convicto de quem fosse para aquelas bandas poderia eventualmente dar um pulinho ao mercado.

Seja como for, parece-me urgente olhar para aquele espaço de forma a dar-lhe um pouco mais de vida e dinamismo, ainda que essa dinâmica passe por um tipo de comércio e serviços, mais consentâneo com os tempos em que vivemos.

Rui Canas Gaspar
2015-abril-23

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