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quinta-feira, 24 de julho de 2014

Américo Ribeiro o homem que fotografou Setúbal

Américo Augusto Ribeiro nasceu em Setúbal no primeiro dia de janeiro de 1906 e viria a falecer em 10 de julho de 1992.

São muitos os setubalenses que recordam este homem de olhar vivo, passo apressado e cabelo ondulado sempre de máquina fotográfica em punho pronto a disparar sobre tudo e sobre todos.

Foi assim que durante 65 anos captou o pulsar de uma região como poucos alguma vez o fizeram, tornando-se conhecido dos seus concidadãos desde que em 1922 expôs os seus trabalhos fotográficos na montra de Alberto Sartoris, o proprietário de um estúdio fotográfico setubalense.

No ano em que Henry Ford, lá longe, nos Estados Unidos via sair da sua fábrica o décimo milionésimo carro “Modelo T”, no outro lado do Atlântico, em Portugal, Américo Ribeiro não adquiria uma destas viaturas mas sim a sua primeira máquina fotográfica, disponibilizando para isso a substancial quantia de 60 escudos.

O fotógrafo cobria todos os acontecimentos na cidade, dos fenómenos meteorológicos aos acontecimentos desportivos, dos eventos sociais aos culturais.

Nas procissões religiosas lá o podíamos ver a captar imagens um pouco de tudo e todos; dos anjinhos aos escuteiros, do povo que seguia na cauda às autoridades civis e religiosas que sob o palio desfilavam.

O seu apurado sentido de repórter, levava-o a não perder tempo e, quando a procissão terminava, eram muitos aqueles que corriam logo para o Largo da Conceição para poder apreciar na monta da Foto Cetóbriga, o seu estabelecimento fotográfico, as imagens captadas poucos minutos antes.

Era então altura dos mais abonados comprarem um exemplar da foto onde se viam retratados e eu não fugi à regra, ora fardado de escuteiro ou como centurião da legião romana que nos idos anos 60 desfilou num dos celebérrimos carnavais de Setúbal.

Rui Canas Gaspar
2014-julho-24

www.troineiro.blogspot.com

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