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quarta-feira, 11 de junho de 2014

Depois disto o que mais nos surpreenderá?

A exemplo do que já se faz em alguns países europeus Portugal também vai contabilizar nas suas contas públicas, para efeito de apuramento do Produto Interno Bruto (PIB) o resultado estimado das atividades ilícitas, como sejam: a prostituição, o tráfico de droga ou o contrabando de tabaco.

De acordo com as estimativas do Instituto Nacional de Estatística estamos a falar de atividades contabilizadas (?) em cerca de 650 milhões de euros, ou seja 0,4% do PIB.
A inclusão destes números farão baixar o déficit, pelo que o país apresentará nas suas contas públicas, no próximo ano, um crescimento da sua riqueza nacional.

O que me anda a dar voltas à cabeça é como é que atividades ilícitas podem, ou melhor devem, porque não são lícitas ser contabilizadas nas contas oficiais de um país que considera tais atividades como ilícitas.

Por outro lado se se consegue estimar os valores é porque existem meios de os apurar, logo se existem tais meios também existirão os mecanismos para os tributar. Mais uma vez fico às voltas com os meus botões para tentar descobrir como é que os experts sabem quantas prostitutas há por aí e quantos clientes atendem diariamente. Quantos quilos de droga são comercializados e quantos litros de bebidas são consumidas em alegres bebedeiras, livres de impostos…

O curioso é que isto são coisas dos experts europeus, daqueles que votamos, ou não, há poucos dias e, que desta forma, rotulada em português de “chicos espertos” conseguem demonstrar um crescimento faz-de-conta da zona euro.

Sendo assim, naturalmente somos forçados a concluir que se há gente útil na europa em geral e no nosso país em particular são as prostitutas, proxenetas, traficantes e contrabandistas, pois eles só por si fazem crescer, e de que maneira, a riqueza de um país.

Já estou como diz o outro: “desde que vi um porco a andar de bicicleta já acredito em tudo”. Porém não deixo de me surpreender por todos os dias nos ser apresentada uma “inovação”, por mais estranha que nos possa pareça.

É claro que isto não passa de um desabafo, porque os experts são eles, aqueles que nos governam, aqui e para lá das nossas fronteiras.

Para terminar, quero agradecer aos novos agentes geradores da riqueza nacional que farão aumentar o PIB pelo seu excelente trabalho, que desta forma certamente fará diminuir os pesados impostos que recaem sobre o sacrificado povo português.

Rui Canas Gaspar
2014-junho-11


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