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quarta-feira, 28 de maio de 2014

Fui à Arrábida visitar os meus amigos

Neste agradável dia de Primavera o sol ainda não se tinha posto no horizonte lá para as bandas da Serra do Risco, quando calmamente dirigia a minha viatura pela estrada deserta da Serra da Arrábida.

A aragem fresca do fim da tarde fazia abanar docemente as verdes moitas bem como a folhagem de algumas árvores  ao longo do meu percurso.

Era hora dos animais da serra procurarem alimento e o primeiro a cruzar-se com comigo foi um simpático coelho, saltitando de rabinho arrebitado que atravessou a estrada lá para as bandas do Creiro, vindo do alto da serra e dirigindo-se para o lado da praia. Mas, acho que  não deveria ir tomar uma banhoca, pelo menos não levava toalha ao ombro.

Um pouco mais à frente quase na entrada do caminho que vai para Alpertuche um jovem raposinho encontrava-se à beira da estrada feito pedinte e, mal me viu passar e abrandar logo veio ter comigo. Rapidamente chegou à conclusão que se ele não tinha de comer a minha máquina fotográfica também não lhe servia de alimento, sendo assim o melhor foi mesmo virar o rabo e ir embora.

Continuo a conduzir devagar com a preocupação de inadvertidamente poder atropelar algum destes amigos que nos aparecem na estrada, quando ao chegar junto do portão do conventinho, encontro outra amiga, de pelo avermelhado e de bonita cauda comprida, esta deveria ir jantar com o amigo Quirino, o guardião do convento. Ainda me convidou, mas como não eram horas decentes, deixei-a ir só ela mesmo ter com o nosso amigo.

O sol já se tinha posto no horizonte, a sua luz ainda iluminava o caminho quando já junto às antenas retransmissoras outro fugidio coelho se vai refugiar rapidamente no mato, não aparecesse por ali alguma raposa matreira, daquelas que não fazem parte do grupo de pedintes e nem o casaco de peles lhe deixasse.
Tinha acabado de passar os fornos da Sécil quando me deparo com dois grandes e bonitos cães em estado semisselvagem que junto à berma da estrada pareciam descansar de alguma grande caminhada.

A minha ronda pela serra-mãe estava quase a chegar ao fim quando a seguir à Comenda um ágil gato preto entra pelo mato atrás de um negro melro, vamos lá nós adivinhar o que é que ele queria…

E pronto, a voltinha estava a terminar, sem antes deixar de ir marcar o ponto ao Parque Urbano de Albarquel, onde outro meu amigo me esperava. Um lindo e simpático gatinho amarelo e branco que tanto gosta das festas que lhe faço que assim que me vê vem logo esfregar-se nas minhas pernas.

Bons amigos estes de quatro patas que tenho na nossa Arrábida, sem desprimor para os outros de duas “patas”, alguns deles por vezes não sendo bem o que parecem…

Rui Canas Gaspar
2014-maio-28


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