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segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Até quando as absurdas praxes académicas?

Desde a mais remota antiguidade que as praxes, batismos, ou rituais de passagem são feitas entre povos, grupos ou pessoas como forma de se afirmarem como adultos, de entrarem num determinado grupo, ou simplesmente como sinal de adesão a determinado movimento ou religião.
Entre os estudantes Universitários também existe esse ritual de entrada no mundo académico e, daí as praxes.

No meio académico ocorrem as praxes que frequentemente são alvo de notícia, nem sempre pelas melhores razões, devido ao exagero e até à falta de bom senso de que as mesmas por vezes se revestem.

Mais um mau exemplo do que se passa no mundo académico parece ser o que recentemente aconteceu na praia do Meco, a fazer fé nas informações que começam a ser veiculadas pela comunicação social e que custaram a vida a seis jovens estudantes.

Uma tragédia que provavelmente poderia ter sido evitada se exageros não fossem cometidos. Exageros que se traduzem também das formas mais diversas como aquela que ocorre em Coimbra nos cortejos académicos onde carrinhos de supermercado são furtados nos hipermercados e no final da festa acabam no fundo do Rio Mondego. Isto para não falar nas bebedeiras monumentais tão “típicas” ocorridas entre estudantes no decurso desse tipo de festividades.

No final do passado ano de 2013 uma equipa de cinco desportistas retiraram 64 carrinhos de compras do leito do Mondego e um supermercado local conseguiu reaver 150 desses carrinhos no ultimo desfile da latada.  Os hipermercados locais viram-se forçados a montar vigilância reforçada para evitar que esse tipo de equipamento seja desviado pelos “estudantes”.

É lamentável que indivíduos que vivem à conta dos pais e que estudam à conta dos pesados impostos que recaem sobre a generalidade do povo trabalhador se possam dar ao luxo de tamanhos desmandos, portando-se como crianças mal-educadas.

Afinal, quando é que esta gente cresce? Que tipo de profissionais irão sair das Universidades portuguesas? Que tipo de pessoas amanhã nos irão governar? Afinal que gente é esta?...

Não vamos generalizar. Bem sabemos que não há regras sem exceção e que há estudantes e “estudantes” mas infelizmente aquilo que vamos vendo deixa-nos preocupados.

Para se tentarem afirmar como líderes alguns dos mais velhos humilham estupidamente os novatos que entram nesses estabelecimentos de ensino, com praxes ditas académicas.

Porque é que não vão praxar os novatos de arquitetura e engenharia, por exemplo, fazendo-os pintar convenientemente as degradadas paredes das cidades? E os de silvicultura passando um dia a limpar a floresta? E os de outros cursos a fazerem algo de útil à sociedade? Se os futuros doutores são tão criativos para as asneiras então porque não colocar as suas doutas inteligências a praxar de forma útil e produtiva?

É altura de dizer basta a tanta asneira e é tempo dos estudantes, sobretudo os universitários saberem que a sua formação custa muito dinheiro e sacrifícios não só às suas famílias em particular mas ao povo português em geral. É altura de dizermos basta a tanta parvoíce cometida por um vasto grupo de gente que vive às nossas custas!


Rui Canas Gaspar

2014-janeiro-20

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